sexta-feira, junho 16, 2006

DEUSA MAWU




Quando pessoas foram trazidas da África para o Brasil, não puderam trazer para cá nada além de suas religiões. Em uma das dividas africanas pouco cultuadas, mas que mantêm seguidos no Brasil é a Deusa Mawu. A deusa da África Ocidental, Mawu chamava-se originalmente Mawu-Lisa e por vezes era vista como gêmeos masculino e feminino, por vezes um ser andrógino. A divindade dupla Mawu-Lisa é intitulada Dadá Segbô (Grande Pai Espírito Vital), Sé-medô (Princípio da Existência) e Gbé-dotó (Criador da Vida).
Mawu representa o Leste, à noite, a Lua, a terra e o subterrâneo. Sempre que ocorria um eclipse, dizia-se que Mawu e Liza estariam fazendo amor. Mawu-Lisa criaram todo o Universo e os Voduns juntos.
Lisa é, ao lado de Mawu, o vodun da Criação, pai e ancestral de todos os demais voduns, mas a tradição o coloca sempre em segundo plano em relação a Mawu. Lisa representa o Oeste, o Sol, o firmamento - assim como a luz e as águas contidas ali. É simbolizado por um camaleão que traz o globo dourado do Sol na boca. Enquanto Mawu representa o frescor e os prazeres da vida, Lisa encarna o trabalho, a seriedade e a determinação, semelhante à dualidade freudiana entre Eros, o princípio do prazer, e Tanatos, a pulsão da morte.
A cor emblemática de Lisa é o branco, e seus vodunsis devem andar sempre de branco. Ele recebe oferendas e sacrifícios de alimentos e animais de cor branca. Diferente de Mawu que se relaciona igualmente a todas as famílias de voduns, Lisa é considerado um JI-VODUN, e a tradição conta que ele é de origem nagô, e seus vodunsis ao final da iniciação são denominados anagonu.
Mawu é considerada uma deusa carinhosa, como atesta o provérbio: "Lisa pune, Mawu perdoa." Os Fon de Benin, na África Ocidental, cultuam Mawu como deusa Lunar.
Depois de criar Ayìkúngban, o Mundo, Mawu, deu seu domínio aos gêmeos Sagbata. Sogdo, por ser muito parecido com seu genitor, permaneceu no Céu, governando os elementos e o clima. A Agbê e Naeté foi concedido o domínio de Hu, o mar, que refresca a terra. Agué foi encarregado das plantas e dos animais que habitam a terra e a Gu, que tinha o corpo que era uma espada, foi concedida a habilidade de auxiliar os homens a dominar o mundo criado e garantir seu sucesso e felicidade em suas cidades, artefatos e tecnologias. Djó foi responsável por separar o Céu da Terra e dar trajes de invisibilidade a seus irmãos. O caçula mimado Legba permaneceu junto de Mawu, ancorado as seus pés. A cada vodun filho seu, Mawu ensinou uma língua diferente, que deveria ser usada em seus próprios domínios e Djó ficou encarregado de ensinar a linguagem dos homens, mas todos se esqueceram como falar a linguagem de Mawu, com exceção de Legba, que nunca se separou de seu genitor. Assim, todos os voduns e toda a humanidade teriam que recorrer a Legba para se comunicar com Mawu. Legba passou assim, a estar em toda parte, para levar e trazer mensagens dos seres criados ao seu Criador.
Dan Ayido Hwedo, a Serpente Cósmica, que havia auxiliado Mawu na criação no Mundo, não suportava o calor do sol e foi concedido que ele fosse morar no mar para se refrescar, circundando a terra, enquanto era alimentado com barras de ferro por macacos vermelhos enviados por Mawu, para evitar que mordesse a própria cauda e destruísse toda a Criação.
O filho de Mawu-Lisa, que permaneceu nos céus e fundou o Panteão do Trovão foi Sogbo. Já Sagbata, foi enviado à terra para se multiplicar. Quando teve que decidir que filho desceria à Terra, Mawu escolheu Sagbata por ser o mais velho. Sogdo ficou com inveja e fez com que as chuvas cessassem para que os homens não tivessem água para as colheitas. Quando as pessoas começaram a se queixar, Mawu enviou Legba para descobrir o que acontecia. Legba havia feito com que Sogdo parasse as chuvas inicialmente, mas Mawu não sabia disso. O trapaceiro Legba enviou um pássaro para iniciar incêndio na Terra. Quando a nuvem de fumaça se ergueu, Legba disse a Mawu que a falta de chuva estava queimando a Terra. Mawu então ordenou a Sogdo que liberasse a chuva.
Numa lenda diferente, Mawu e Lisa eram os criadores e usaram o seu filho, Gu, para dar forma ao Mundo. Gu, a ferramenta divina, tinha a forma de uma espada de ferro. Ensinou o povo a arte de trabalhar o ferro, para que pudessem fazer as suas próprias ferramentas e abrigos, mas infelizmente, Gu não sabia que os humanos iriam fazer uso do seu conhecimento para fazer armas e, com a ajuda da serpente cósmica, Dan, as idéias dos humanos tornaram-se realidade.
Na iconografia, Mawu é representada como uma anciã trajada apenas de um pano cingindo-lhe a cintura, caminhando apoiada num cajado na mão direita e levando um bastão encimado por uma Lua Crescente com as pontas para cima, na mão esquerda.
Mawu era a Deusa Suprema dos Fon de Abomey (República de Benin). Mawu, a Lua, atrai temperaturas mais frias ao mundo Africano.
Mawu não fazia contato direto com os homens, mas delegava seus poderes aos Voduns. Os Voduns constituem uma classe especial de criaturas vivas. Estão acima da humanidade, mas não são divindades, eles são os sinais que emanam do divino em resposta aos desejos espirituais da humanidade. Deste modo, Vodun designa tudo que é sagrado, todo o poder do invisível, que influencia o mundo dos vivos. Examinemos então a dinâmica do Panteão Vodun:
GU, Vodun dos metais, guerra, fogo, e tecnologia.
HEVIOSSO, Vodun que comanda os raios e relâmpagos.
SAGBATA, Vodun da varíola.
DAN, Vodun da riqueza, representado pela serpente do arco-íris..
AGUE, Vodun da caça e protetor das florestas.
AGBE, Vodun dono dos mares.
AYIZAN, Vodun feminino dona da crosta terrestre e dos mercados.
AGASSU, Vodun que representa a linhagem real do Reino do Daomé.
AGUE, Vodun que representa a terra firme.
LEGBA, o caçula de Mawu e Lisa, e representa as entradas e saídas e a sexualidade.
FA, Vodun da Adivinhação e do destino.
Os voduns na África são agrupados em "famílias" chefiadas por um vodun principal, ora representando um elemento ou fenômeno da natureza, ora da cultura. Existem basicamente 4 famílias principais:
Os JI-VODUN, ou "voduns do alto", chefiados por Sogbo (forma basilar de HEVIOSSO ).
Os AYI-VODUN, que são os voduns da terra, chefiados por SABAGTA.
Os TO-VODUN, que são voduns próprios de uma determinada localidade (variados).
Os HENU-VODUN, que são voduns cultuados por certos clãs que se consideram seus descendentes (variados).
No Brasil os voduns são cultuados nos terreiros de Candomblé.
A iniciação ao culto dos voduns é complexa é longa e pode envolver longas caminhadas a santuários e mercados e períodos de reclusão dentro do convento ou terreiro hunkpame, que podem chegar a durar um ano, onde os neófitos são submetidos a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredo e obediência.
O nome de Mawu foi utilizado para denominar o Deus Único dos judeus, cristãos e muçulmanos nas línguas ewe-fon, mas dentro de culto dos voduns, Mawu possui seus próprios conventos pelo sul do Benin e do Togo, com culto organizado, sacerdotes, iniciados, etc., como qualquer outro vodun. Os mawunon (sacerdotes de Mawu), apesar da aparente importância da divindade que cultuam, não têm nenhuma ascendência especial sobre os sacerdotes de outros voduns. Suas cores emblemáticas são o branco, o azul e o vermelho.
Mawu chega até nossas vidas para dizermos que é hora de quebramos a rotina e temperá-la com mais Criatividade. Faça algo bom e totalmente diferente hoje. Mawu tinha muito amor à todas as suas crianças. Compre doces e distribua às crianças de rua. Tente também conversar um pouco com elas. Tire de sua volta este paredão de medos e se envolva mais com seu semelhante. Converse com seu colega, seus funcionários, seus filhos, parentes e amigos. Escute o que o outro tem para lhe dizer, pois todos nós somos obras e criação de Mawu. Você entenderá assim, que os vícios que nos condena outros são na verdade os seus próprios. Nunca julgue para não ser julgado, aceite a vida como ela é, pois nada neste mundo material
é eterno.
Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto

7 comentários:

Anônimo disse...

Em que epoca que passa a novela sinhá moça não e no tempo da monaquia e caro que tem racismo naquela epoca.

Anônimo disse...

Porque vocês resolveram só critica a novela da sinhá moça que e uma das ótima novela que está passando de novo.
Não e um desrespeito fala sobre a escravidâo.
E um desrespito sim pessoa não quere fala sobre o assunto e fazer de conta que não aconteceu só para não pensar no assunto.
E mostra como os abolicionista republicano acabaram com a escravidão.

Anônimo disse...

E a Primeira versão da novela da sinha moça de 1986 não tem nada de diferente desta nova agora e a
novela e Baseada no livro "Sinhá Moça" de Maria Dezonne Pacheco Fernandes

Anônimo disse...

Não é por acaso que, em Sinhá Moça, personagens como Rodolfo, Fontes, Sinhá Moça, Augusto e Dimas vão contra os desmandos dos coronéis e se engajam na luta contra o trabalho escravo. Afinal, a história do Brasil fora da ficção conta com diversos cidadãos que também fizeram campanha a favor do abolicionismo. Assim como o Irmão do Quilombo, muitos dos que lutaram pela libertação dos escravos os ajudaram a fugir e a se esconder em quilombos formados nas periferias urbanas. Eram na maioria jovens intelectuais entre estudantes, escritores, jornalistas, políticos e advogados que viviam nas grandes cidades, se sensibilizaram com a vida cruel e desumana dos negros daquela época e resolveram usar a influência e a cultura em defesa desses injustiçados.

Anônimo disse...

A Novela da sinhá moça mostra muito bem as lutas dos abolicionistas e repúblicanos contra os monaquistas e escravagistas

Anônimo disse...

Em que epoca se passava a novela não era no tempo da escravidão

Anônimo disse...

Eu acho que antes das pessoas criticar a novela de epoca como a Sinhá Moça tem que ver em que epoca a novela se passa