O nome oficial do RG é de um cidadão comum, mas desde inicio da década de 60, Jorge Ben pode ser classificado de tudo, menos de um simples brasileiro. Eu cresci ouvindo duas músicas, grupos de Hip Hop usam samplers de suas canções e é reverenciado pelo líder do grupo Racionais Mcs, Mano Brown.
Mas o filho do estivador Augusto de Menezes e da dona de casa Silvia Lenheira Bem Zabella tinha na adolescência a meta de se tornar médico pediatra ou advogado, carreiras respeitadíssimas na época. Secretamente tinha o desejo de também se destacar nos campos de futebol. Não é difícil isso acontecer, pois temos que lembrar que no período estavam em campo Pelé, Garrincha e outros deuses da bola.
Entretanto uma contusão no tornozelo, fez com que ficasse fora das quatro linhas esportivas, e em recuperação passou a explorar um violão que sua mãe tinha lhe presenteado. E um detalhe definiu o seu sucesso: Jorge não conseguia aprender a tocar o instrumento da forma tradicional e inventou um jeito que até hoje podemos ouvir em suas composições.
Ele foi descoberto, logo depois pelo contrabaixista Manuel Gusmão do grupo Copa Trio, seu antigo parceiro das peladas nas praias. Ele levou Jorge até o Beco das garrafas, bairro Copacabana, e lá tocando várias noites com a nata dos músicos cariocas. Chamou a atenção de um olheiro de novos talentos, o diretor da gravadora Polygram, João de Mello.
Na Polygram, o musico gravou uma fita demo, com arranjos do lendário J.T. Meirelles, flautista do conjunto Copa 5. E em um disco pesado de 78 rotações saíram às músicas Mas que nada e Por causa de você, menina. O Disco Samba Esquema Novo em 1963 foi consequência da repercussão desta gravação. Vendeu 100 mil cópias e fez uma turnê capitaneada pelo arranjador Sergio Mendes, pelos Estados Unidos.
Depois disso surgiu convite para tocar no programa Fino da Bossa, que era comandado por nada menos que a dupla do momento, Elis Regina e Jair Rodrigues. Não foi sua única participação na televisão, um amigo de fé e irmão camarada Erasmo Carlos, conhecia Jorge das partidas de futebol em Tijuca. O Tremendão era integrante de um novo estilo musical – a Jovem Guarda, que tinha um programa de televisão. Lá se apresentou ao lado dos The Fevers e usou seu instrumento preferido – a guitarra.
Mas o jeito de Jorge Ben tocar guitarra e violão é nitidamente diferente. Em entrevista a Revista Raça, em 1998, a jornalista Maria Amélia Rocha Alves, ele foi influenciado pelo compositor Luís Carlos Paraná, que lhe ensinou a afinação estilo viola caipira. Mas nem só de originalidade o músico vivia. Ele ainda estudou Musica em Berkely, estado da Califórnia, nos Estados Unidos.
Em 1966, plena Ditadura Militar, surge a Tropicália, um grande Movimento Cultural e lá estava Jorge Bem mostrando seu estilo musical, que nos anos 70, com o Movimento Black Power, torna-se mais suingado. Ele lidera um grupo de novos talentos afro-brasileiros com um jeito brasileiro de fazer soul, funk, enfim black music: Gerson King Combo, Banda Black Rio, Cassiano e Tim Maia, amigo de adolescência. Com a equipe do Chic Show em São Paulo, acontece apresentações antológicas, que infelizmente não foram registradas para hoje serem oferecidas em DVD.
Como já descrevi aqui no Blog, junto com Trio Mocotó, inventaram o Samba Rock, que Jorge chama de sambalanço ou sacundin sacundem. Hoje há vários seguidores. Inclusive tenho que fazer uma correção: a música Segura a Nega, é hoje executada pelo grupo Clube do Balanço, mas foi lançada pelo Bebeto (por onde andará?).
Há uma lenda interessante sobre o musico, ele teria trocado o nome por numerologia, mas a versão correta foi uma mudança estratégica, pois quem gosta de musica conhece George Benson, cantor afro-americano. Pela sonoridade e grafia parecida com o sobrenome artístico de Jorge, ele mudou para Benjor, para inclusive evitar que direitos autorais fossem recolhidos só para o musico dos Estados Unidos.
Pra mim que nasci em 1970, vai ser sempre Jorge Ben. Um dos seus discos que repousam em sua versão long play, na casa de minha mãe, comprada pelo meu saudoso pai, é o Salve Simpatia, com o hit que canto até hoje.
Jorge fez e faz ainda uma carreira sensacional, servindo hoje de referencia para novas gerações. Tem uma coleção considerável de guitarras, e apesar da má fase, é um dos torcedores fanáticos do Flamengo.
Mas o filho do estivador Augusto de Menezes e da dona de casa Silvia Lenheira Bem Zabella tinha na adolescência a meta de se tornar médico pediatra ou advogado, carreiras respeitadíssimas na época. Secretamente tinha o desejo de também se destacar nos campos de futebol. Não é difícil isso acontecer, pois temos que lembrar que no período estavam em campo Pelé, Garrincha e outros deuses da bola.
Entretanto uma contusão no tornozelo, fez com que ficasse fora das quatro linhas esportivas, e em recuperação passou a explorar um violão que sua mãe tinha lhe presenteado. E um detalhe definiu o seu sucesso: Jorge não conseguia aprender a tocar o instrumento da forma tradicional e inventou um jeito que até hoje podemos ouvir em suas composições.
Ele foi descoberto, logo depois pelo contrabaixista Manuel Gusmão do grupo Copa Trio, seu antigo parceiro das peladas nas praias. Ele levou Jorge até o Beco das garrafas, bairro Copacabana, e lá tocando várias noites com a nata dos músicos cariocas. Chamou a atenção de um olheiro de novos talentos, o diretor da gravadora Polygram, João de Mello.
Na Polygram, o musico gravou uma fita demo, com arranjos do lendário J.T. Meirelles, flautista do conjunto Copa 5. E em um disco pesado de 78 rotações saíram às músicas Mas que nada e Por causa de você, menina. O Disco Samba Esquema Novo em 1963 foi consequência da repercussão desta gravação. Vendeu 100 mil cópias e fez uma turnê capitaneada pelo arranjador Sergio Mendes, pelos Estados Unidos.
Depois disso surgiu convite para tocar no programa Fino da Bossa, que era comandado por nada menos que a dupla do momento, Elis Regina e Jair Rodrigues. Não foi sua única participação na televisão, um amigo de fé e irmão camarada Erasmo Carlos, conhecia Jorge das partidas de futebol em Tijuca. O Tremendão era integrante de um novo estilo musical – a Jovem Guarda, que tinha um programa de televisão. Lá se apresentou ao lado dos The Fevers e usou seu instrumento preferido – a guitarra.
Mas o jeito de Jorge Ben tocar guitarra e violão é nitidamente diferente. Em entrevista a Revista Raça, em 1998, a jornalista Maria Amélia Rocha Alves, ele foi influenciado pelo compositor Luís Carlos Paraná, que lhe ensinou a afinação estilo viola caipira. Mas nem só de originalidade o músico vivia. Ele ainda estudou Musica em Berkely, estado da Califórnia, nos Estados Unidos.
Em 1966, plena Ditadura Militar, surge a Tropicália, um grande Movimento Cultural e lá estava Jorge Bem mostrando seu estilo musical, que nos anos 70, com o Movimento Black Power, torna-se mais suingado. Ele lidera um grupo de novos talentos afro-brasileiros com um jeito brasileiro de fazer soul, funk, enfim black music: Gerson King Combo, Banda Black Rio, Cassiano e Tim Maia, amigo de adolescência. Com a equipe do Chic Show em São Paulo, acontece apresentações antológicas, que infelizmente não foram registradas para hoje serem oferecidas em DVD.
Como já descrevi aqui no Blog, junto com Trio Mocotó, inventaram o Samba Rock, que Jorge chama de sambalanço ou sacundin sacundem. Hoje há vários seguidores. Inclusive tenho que fazer uma correção: a música Segura a Nega, é hoje executada pelo grupo Clube do Balanço, mas foi lançada pelo Bebeto (por onde andará?).
Há uma lenda interessante sobre o musico, ele teria trocado o nome por numerologia, mas a versão correta foi uma mudança estratégica, pois quem gosta de musica conhece George Benson, cantor afro-americano. Pela sonoridade e grafia parecida com o sobrenome artístico de Jorge, ele mudou para Benjor, para inclusive evitar que direitos autorais fossem recolhidos só para o musico dos Estados Unidos.
Pra mim que nasci em 1970, vai ser sempre Jorge Ben. Um dos seus discos que repousam em sua versão long play, na casa de minha mãe, comprada pelo meu saudoso pai, é o Salve Simpatia, com o hit que canto até hoje.
Jorge fez e faz ainda uma carreira sensacional, servindo hoje de referencia para novas gerações. Tem uma coleção considerável de guitarras, e apesar da má fase, é um dos torcedores fanáticos do Flamengo.
Discografia
Reactivus amor est - Turba Philosophorum (2004)
Acústico MTV - Admiral Jorge V (2002)
Acústico MTV - Banda do Zé Pretinho (2002)
Músicas para tocar em elevador (1997)
Homo Sapiens (1995)
Ben Jor world dance (1995)
23 (1993)
Live in Rio (1992)
Ben Jor (1989)
Ben Brasil (1986)
Sonsual (1985)
Dádiva (1984)
Bem-vinda amizade (1981)
Alô, alô, como vai (1980)
Salve simpatia (1979)
A banda do Zé Pretinho (1978)
Tropical (1977)
África Brasil (1976)
Jorge Ben à L'Olympia (1975)
Solta o pavão (1975)
Gil Jorge (1975)
10 anos depois (1973)
A tábua de esmeralda (1972)
Ben (1972)
Negro é lindo (1971)
Força bruta (1970)
Jorge Ben (1969)
O bidú - silêncio no Brooklin (1967)
Big Ben (1965)
Ben é samba bom (1964)
Sacundin Ben samba (1964)
Samba esquema novo (1963)
Um comentário:
Ola amigao vc tem o link destes discos do Jorge Do Ben?
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