Blog criado maio de 2005 para divulgação da História Antiga e Contemporânea do Povo Negro.
terça-feira, agosto 30, 2005
AGOSTINHO NETO
No dia 10 de setembro completará 26 anos da morte de Antonio Agostinho Neto – o primeiro presidente da Republica Popular de Angola. Mas ele era também, poeta. Ele é considerado pelo povo angolano como um dos pais da nação.
Agostinho nasceu em 1922 em Icolo Bengo. Teve uma infância semelhante à de milhares de crianças angolana, mas desde cedo nutria uma consciência critica com relação à dominação que a Angola sofria por Portugal. Seu envolvimento político começa na fase estudantil, ligando-se a integrantes da Casa do Estudante – entidade de contestação política.
Aos 26 anos de idade, em 1948, Agostinho participa do Movimento Cultural Nacionalista. A partir deste ponto é reforçada sua formação política e se destaca como líder. Mas não demora a chamar atenta policia repressora portuguesa e é preso, em Lisboa, onde está cursando a Faculdade de Medicina.
A passagem de Agostinho pela cadeia, vai de 1950 a 1957, quando é julgado por atividades consideradas pelas autoridades portuguesas como subversivas. Foi condenado a perda dos direitos políticos por cinco anos. Mas a perseguição continuou com a sua detenção em 1960, em solo angolano, por pregar a independência do país. Ficou mais dois anos preso em cadeia de Cabo Verde e Portugal.
Em 1962, Agostinho consegue articular em Marrocos o MPLA Movimento Popular pela Libertação de Angola – se tornando líder. Sob sua coordenação unem-se FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola – chefiada por Holden Roberto e UNITA – União para a Independência Total de Angola – liderada por Jonas Savimbi.
UNITA E FNLA tinha divergências resultante de suas formações étnicas, onde se reproduzia lutas tribais. A queda do Regime Ditatorial de Antonio Salazar em Portugal enfraqueceu a repressão em Angola, dando chance para o fortalecimento da luta guerrilheira pela independência.
Junto com lideres africanos Almir Cabral, Marcelino dos Santos, Agostinho foi recebido pelo Papa Paulo VI, obtendo apoio internacional a causa.
Em Janeiro de 1975, encurralados pelas tropas guerrilheiras, o Governo Português propõe o acordo de Alvor. Proposta a saída das tropas de Portugal de Angola, a Independência, condicionando a entrega do comando do país a uma coalização de MPLA, FNLA e UNITA.
Mas a saída dos dominadores reascendeu as divergências entres os três grupos políticos, o que resultou numa guerra civil em Angola. E no dia 11 de novembro de 1975 – dominado grande parte do território de Angola, Agostinho Neto proclama a Independência do país. Nesse período é auxiliado na guerra interna com tropas enviadas por Cuba.
Agostinho é um político ideologicamente socialista e acaba se aliando a União Soviética. Imediatamente os Estados Unidos passam a financiar – em clima de Guerra Fria – os integrantes da UNITA. Isso prolongou uma luta interna por décadas.
Mesmo durante esse período conturbado, Agostinho é proclamado presidente de Angola e tenta por quatro anos estruturar o país nos setores de saúde, educação e desenvolvimento econômico. Mas parte das economias de seu governo é consumida com o armamento das Forças Armadas para fazer frente às tropas da UNITA. Em 1977 recebe o premio da paz em Moscou
Aos 57 anos de idade, ainda presidente, Agostinho morre, sem ver concretizado o sonho de uma Angola forte e unida. Situação que começa nesses últimos anos a ser concretizada, mas vagarosamente, pois os anos de guerra civil praticamente destruíram o pouco de infra-estrutura que existia.
Ele foi ainda co-fundador da revista Momento e colaborando com poesias suas nas publicações: Padrão, Cadernos Momento, Mensagem, Itinerário e Notícias do Bloqueio. A sua poesia é um ótimo exemplo de antologia sobre africana. A sua obra mais conhecida é Sagrada Esperança, já publicada em diversos países.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
12 comentários:
MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTA��O DE
DE ANGOLA
M.P.L.A.
51,Avenue Tombeur de Tabora
LEOPOLDVILLE
COMIT�
DIRECTOR
NACIONALISTAS ANGOLANOS
Transcreve-se a nota N� .A/M/F enviada ,em 10.11.1961, ao comit� Executivo da Uni�o das popula�es de ANGOLA:
� Como V.Exas. Sabem, em nove de setembro de 1961, uma esquadra da nossa organiza�o militar, que se dirigia a Nambuangongo em miss�o de socorro �s popula�es cercadas pelas tropas portuguesas , foi , pela trai�o, cercada e feita prisioneira por grupos armados da Uni�o das Popula�es de Angola que actuam no corredor de entrada e sa�da dos patriotas angolanos.
Desde aquela data at� hoje, mantendo - se embora vigilante e tendo conhecimento , n�o sem revolta, dos maus tratos que foram infligidos por militantes da UPA aos nossos compatriotas, o comit� Director do M.P.L.A. Esperou ver qual seria o comportamento dos �rg�os dirigentes da UPA
Diante desse crime de lesa - p�tria e que enodoa o digno movimento patri�tico do povo angolano.
O Comit� Director do M.P.L.A. Faz o mais en�rgico protesto contra esse acto anti - patri�tico, que visa a enfraquecer a resist�ncia armada do povo angolano e que introduz, por iniciativa da UPA, a luta fratricida nos campos de batalha de Angola.
Sob pena desse � affaire � ser levado imediatamente ao conhecimento da opini�o p�blica e dos organismos internacionais , o comit� Director do MPLA
� - exige a imediata liberta�o de todos os nossos compatriotas;
� - exige a entrega de todos as armas, muni�es e demais bagagens
� - que foram retirados aos guerrilheiros daquela nossa esquadra ; e
� - responsabiliza, desde j� , a uni�o das popula�es de Angola pela
� - vida desses nossos valorosos compatriotas.
� Na expectativa, subscrevemo-nos
Atenciosamente
(ass) Mario Pinto de Andrade
Viriato da cruz
Matias Migu�is
Eduardo dos Santos
Hugo de Menezes
PARTIDO AFRICANO DA INDEPEND�NCIA DA GUIN� E CABO VERDE
Sede: Bissau
Conacry , 20 de Fevereiro de 965
Mr. Hugo MENEZES
P.O.BOX 1633
ACCRA (Ghana)
Caro amigo,
Em resposta � sua carta de 23 de Novembro �ltimo, temos a dizer-lhe o seguinte:
1�/ - A iniciativa da publica�o, no Ghana, de um jornal em l�ngua portuguesa, parece - nos digna do maior interesse, n�o podendo nos deixar de dar todo o apoio aos amigos que se dedicam � concretiza�o dessa ideia;
2�/ - Nesse intuito, pensamos p�r, em breve, � vossa disposi�o, algum material escrito e fotogr�fico, expor -vos as nossas sugest�es e enviar - vos a colabora�o escrita que nos pedem;
3�/ - Dada que a sua carta nos chegou num per�odo em que o nosso secret�rio geral se encontrava no interior do pais , de onde regressou apenas h� alguns dias, n�o nos foi ainda poss�vel enviar-lhe o artigo pedido para o primeiro n�mero do jornal. Contamos, entretanto, poder faz�-lo brevemente.
Apresente as nossas melhores felicita�es a todos quanto trabalhem para que o jornal seja em breve uma realidade.
Com os melhores votos, queiram receber as nossas
SAUDA��ES COMBATIVAS
VASCO CABRAL
SECRETARIAT GENERAL: B,P. 298 CONAKRY- REPUBLIQUE DE GUIN�E
O PERCURSO De DR HUGO JOS� AZANCOT DE MENEZES
Hugo de Menezes nasceu na cidade de S�o Tom� a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.
Aos tr�s anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino prim�rio.
Nos anos 40, fez o estudo secund�rio e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
Neste pais, participou na funda�o e direc�o de associa�es estudantis, como a casa dos estudantes do imp�rio juntamente com M�rio Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das col�nias de express�o inglesa como Joshua Nkomo( ent�o presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabu�),George Houser ( director executivo do Am�rican Commitee on �frica),Al�o Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nig�ria e baston�rio da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumi� ( presidente da UPC, Uni�o das popula�es dos Camar�es),Bem Barka (na altura secret�rio da UMT- Uni�o Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucion�rias.
Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( pol�ticos nacionalistas das ex. col�nias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o ent�o embaixador da Guin�-Conacry em Paris( Naby Yola).
A este �ltimo pediu para ir para Conacry, n�o s� com objectivo de exercer a sua profiss�o de m�dico como tamb�m para prosseguir as actividades pol�ticas iniciadas em lisboa.
Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao j� independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decis�o do pr�prio presidente Sekou -Tour�.
Ainda em 1959 funda o movimento de liberta�o dos territ�rios sob a domina�o Portuguesa.
Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2� confer�ncia dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspond�ncia e di�logo ass�duos.
De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influ�ncia junto do presidente Sekou-tour� a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que ent�o pudessem lan�ar o grito da liberdade.
L�cio Lara e sua fam�lia foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eug�nia Cruz , M�rio de Andrade , Am�lcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Concei�o Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo Jos� Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro n�cleo da OMA ( fundada a organiza�o das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Concei�o Boavida ( esposa do Dr Am�rico Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de S�o Tom� e Pr�ncipe).
A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Migu�is .
Na resid�ncia de Hugo, noites e dias �rduos ,passados em discuss�es e trabalho� nasce o MPLA ( movimento popular de liberta�o de Angola).
Desta forma � criado o 1� comit� director do MPLA ,possuindo Menezes o cart�o n� 6,sendo na realidade Membro fundador n�5 do MPLA .
De todos ,� o �nico que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.
A 5 de agosto de 1961 parte com a fam�lia para o Congo Leopoldville ,a� forma com outros jovens m�dicos angolanos rec�m chegados o CVAAR ( centro volunt�rio de assist�ncia aos Angolanos refugiados).
Participou na aquisi�o clandestina de armas de um paiol do governo congol�s.
Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da r�dio GHANA para emiss�es em l�ngua portuguesa.
Em Accra , contando unicamente com os seus pr�prios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Fa�lha.
Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como rep�rter do mesmo jornal, na resid�ncia do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
Ainda em Accra, emprega-se na r�dio Ghana juntamente com a sua esposa nas emiss�es de l�ngua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo portugu�s ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emiss�es s�o ouvidas por todos cantos de Angola.
Em 1966�� criada a CLSTP (Comit� de liberta�o de S�o Tom� e Pr�ncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.
Neste mesmo ano d�-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma � deposto. Nesta sequ�ncia ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representa�es diplom�ticas que praticavam uma pol�tica favor�vel a Nkwme Nkruma s�o obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequ�ncia , Hugo foge com a fam�lia para o Togo.
Em 1967 Dr Hugo Jos� Azancot parte com esposa para a rep�blica popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e d�o apoio aos guerrilheiros das bases em especial � Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congol�s para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remunera�o.
Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como m�dico da segunda regi�o militar: Dirige o SAM e d� assist�ncia m�dica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do territ�rio Angolano, onde � alcunhado � CALA a BOCA� por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em sil�ncio.
Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino prim�rio e secund�rio em Dolisie ,onde ele e sua esposa d�o aulas.
Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a dif�cil e prolongada vida de sobreviv�ncia ,em 1972 parte para Brazzaville.
Em 1973,descontente com a situa�o no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irm�os M�rio e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signat�rios do � Manifesto dos 19�, que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de C�u Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a sa�da do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necess�rio a interven�o do pr�prio Liceu Vieira Dias).
Em 1977 � convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .
Na d�cada de 80 exerce o cargo de presidente da junta m�dica nacional ,dirige e elabora o primeiro simp�sio nacional de rem�dios.
Em 1992 participa na forma�o do PRD ( partido renovador democr�tico).
Em 1997-1998 � diagnosticado cancro.
A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura m�tica da historia Angolana.
PARIS, 12 de Novembro de 1960
Meu caro Hugo:
Ciente de tudo quando me diz na sua carta de 5 do corrente quanto as demarches do meu processo, e agrade�o - lhe de todo o cora�o toda a sua insist�ncia junto dos Minist�rios.
Serve esta para lhe informar que recebi a visita do Snr Adrean no dia 10 por volta do meio dia. Fez-me entrega da quantidade de 66.000 frs( sessenta e seis mil). Teve a amabilidade de me dizer que vinha fazer um est�gio num dos hospitais aqui e me procuraria dentro de alguns dias pois seguia agora para fora de Paris .
Hoge �s 10 horas recebi igualmente a visita do Snr. Jonhson Jean Ignas , que me fez entrega de uma carta sua datada de 6 do corrente, e 60 dollars USA , e de 3.200 Frs . Fanceses; e outra p/ o mesmo .
Trata-se igualmente de uma pessoa am�vel com quem tive o gosto de trocar algumas impress�es.
At� este momento que lhe escrevo ( 11horas) seu irm�o ainda n�o chegou a Paris . No dia 8 e 9 o nosso amigo M�.. ,foi � Gare de Austerlitz esperar o comboio daquelas paragens a despeito de n�o ter recebido qualquer informa�o de Lisboa. Est� tudo a postos para o recebermos e ajudar no que for preciso.
Despacharei por barco como me pede a mala que ele for portador.
Creio ser tudo por agora. Ficamos todos O.K. e com a crescente esperan�a de o abra�armos em breve.
Do colega amigo e grato
Am�rico Boavida
M�RIO AFONSO D�ALMEIDA BirKesdorf, 8/9/1961
BIRKESDORF - DUREN (RHLD)
Durenerstrab ( 119) 25
ALLEMAGNE
Exmo. Snr.
Dr. E. Santos
B. P. 2353
BRAZZAVILLE
Meu cara Doutor,
O nosso colega Videira pediu - me, em Paris , para entrar em contacto consigo a fim de que me esclarecesse sobre um n�mero de pontos concernentes � nossa actividade m�dica, como veis membros duma organiza�o para assist�ncia aos refugiados , organiza�o esta que , por meu irm�o , vim a saber que se intitulava ( CORPO VOLUNT�RIO DE ASSIST�NCIA AOS REFUGIADOS).
Esclare�o que por mim, se fora s� escrever - lhe apenas � pedir instru�es para seguir logo que elas chegassem.
Como minha mulher e meu filho me acompanhar�o � pensando neles lhe pe�o o favor de enviar informa�es sobre o seguinte:
a) ALOJAMENTO,
b)LOCAL OU LOCAIS DE TRABALHO,
c) MEIOS DE DESLOCA��O,
d) URG�NCIA DA MINHA PRESEN�A
e) HONOR�RIOS.
Aguardando a sua resposta termino enviando as cordiais sauda�es a todos os amigos e colegas. Creia - me inteiramente solid�rio com t�o nobre causa e receba um abra�o de quem atenciosamente se subscreve,
MARIO AFONSO D`ALMEIDA
( CARTA PERTENCENTE AO ESPOLIO DE UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A. ,Dr Hugo Jos� Azancot de Menezes)
COMIT�E DE LIBERTA��O DE S. TOM� E PRINCIPE
(C.L.S.T,P.)
COMIT� DE LIBERTATION DE SAN THOME COMMITTEE TO LIBERTATION OF
ET PRINCIPE. SAINT THOMAS AND PRINCIPE.
B.P. 489
LIBREVILLE
8/4/62
CARO HUGO
Recebi ontem o teu telegrama que nos deixou um pouco confusos.
No entanto agimos imediatamente no sentido de partir o mais depressa poss�vel, � mesmo sem croas�.
A minha desloca�o neste momento � de todo imposs�vel. Penso que imensas coisas se passam em Leopoldina e no mundo, coisas que, em consequ�ncia das limita�es materiais e condicionalismo pol�tico aqui, temos ignorado quase por completo.
A malta de resto, p�r te a ao corrente. Creio e temos de encarar outra sa�da . N�o sei quando poderei passar por a� mas sinto que � necess�rio.
Pe�o-te e a malta que d�em ao Onet e ao Carlos ajuda se alguma dificuldade surgir ,no plano pol�tico, pois que no plano econ�mico eles necessitar�o indubitavelmente.
Com muitas dificuldades ,conseguimos obter passagens, mas acontece que o Onet deve seguir, de prefer�ncia, directamente para Lagos. Se vos for poss�vel cobrir a diferen�a entre Brazzaville - Lagos e Brazzaville - Libreville, seria �ptimo .
C� por casa ,tudo mais ou menos bem , al�m da escassez de massas, devido ao custo ,incrivelmente alto de vida.
J� c� temos o D. Mikas ( Suiny- Patrice�.. Trovoada)
( Correspond�ncia do Dr Fran�a Van-D�nem para O Dr Hugo Jos� Azancot de Menezes um dos Fundadores do M.P.L.A. Sedeado em Ghana e a trabalhar na R�dio Ghana).
Utrecht,16 de Julho de 1965
Meu caro amigo
Come�o por agradecer-lhe a gentileza que teve em escrever-me ,dando-me informes a cerca do lugar de locutor na r�dio Ghana.
Estou interessado pelo lugar e j� escrevi ao Director do Ghana Broadcasting Corporation nesse sentido.
Junto lhe envio uma c�pia da carta em quest�o para que tome conhecimento do seu conte�do . Gostaria de saber mais pormenores a cerca do lugar e se poss�vel em que modalidade serei contratado. Tratar -se -a de um contrato assinado aqui ou devo esperar pela minha chegada a� para que isso se efective?
De qualquer maneira era necess�rio que eu soubesse para quando � o come�o para que eu possa, com tempo , pedir a minha demiss�o do Instituto de Direito Internacional, onde trabalho.
Enviar-lhe-ei esta carta � expresse� para que possa tomar nota do conte�do da carta que enviei ao Director da R�dio Ghana.
Uma vez mais lhe agrade�o por tudo o que possa fazer nesse sentido.
Sauda�es patri�ticas
Fernando Van- D�nem
PS. Acabo de receber a carta porque a sua caixa postal j� est� fechada. Espero que esta vez terei mais sorte .
Obrigado
Fran�a Van- D�nem
CORPO VOLUNT�RIO DE ASSIST�NCIA AOS REFUGIADOS
(C.V.A.A.R.)
Brazzaville ,18 de Setembro de 1961
Caro Mario de Almeida, prezado compatriota:
Sauda�es cordiais. Em resposta � sua carta de 8 de setembro de 1961, temos a informar-lhe que estivemos com o Videira em Accra e lhe fizemos ciente dos objectivos da nossa organiza�o.
Junto lhe enviamos os estatutos para sua completa documenta�o.
a) Alojamento: O comit� Administrativo da nossa organiza�o resolvendo que o bureau principal do C.V.A.A.R. ficasse instalado em Leopoldville, e os m�dicos morassem juntos num sistema de m�sse, numa villa que satisfizessem as condi�es exigidas para todos os casais.
b) O local de trabalho � junto dos refugiados ,ao longo da fronteira com Angola.
c) As desloca�es s�o � cargo da organiza�o
d) Aguardamos a oficializa�o do C.V.A.A.R. pelo governo do Congo para iniciarmos a nossa actividade. Nessa altura entraremos em contacto consigo.
e) N�o h� propriamente honor�rios. Consoante as possibilidades materiais do C.V.A.A.R. ,assim ser�o as verbas para manuten�o dos m�dicos e suas fam�lias.
E � tudo. Aceite as nossas melhores sauda�es fraternais com um abra�o amigo.
Pelo comit� Administrativo do
CORPO VOLUNTARIO ANGOLANO DE ASSISTENCIA AOS REFUGIADOS
Am�rico BOVOADIDA (Secret�rio Geral)
Dr Hugo Menezes B. P 856, L�O
Representante do M.P.L.A. 3 de Agosto de 1962
Bureau Of African Affairs
P.O. BOX M 24
Accra - Ghana
Prezado compatriota :
Esperamos que a tua fam�lia tenha feito uma boa viagem e que todo o trabalho esteja a decorrer bem no teu novo posto.
Esta � para te participar o seguinte: dentro em breve dever�o prosseguir os preparativos para o congresso da mulher angolana a�. Em reuni�es que tivemos com 2 elementos da UPA nos dias 1 e 2 deste, determinou-se que o Comit� preparat�rio que vai trabalhar a� seja constitu�do pelas seguintes pessoas: Maria Ruth Costa ( 3, Rue Rodin, Rabat, Marrocos, D Bernarda de Sousa e Santos e uma � neutra � que � a cunhada da tua irm�. Recomendamos e frisamos insistentemente que nenhuma decis�o nem d�marche do Comit� preparat�rio se torna v�lida sem a colabora�o e o acordo das 3 - por meio das respectivas assinaturas, por exemplo.
Carecemos do teu aux�lio no sentido de esclareceres o Bureau a� o facto de o actual Comit� preparat�rio que deve trabalhar em Accra o fazer sempre como um bloco e o Bureau n�o dever reconhecer pedido nem proposta nenhuma que engaje as mulheres angolanas , sem o acordo desses elementos. Pedimos que fa�as tamb�m um bom corredor para obteres os bilhetes que faltam para o Comit� preparat�rio entrar logo em ac�o a� Um para a Ruth e outro para a D. Bernarda Santos . A terceira componente j� tem o seu e parte para a� a manh� mas conv�m que todas comecem a trabalhar ao mesmo tempo em Accra para se evitarem os golpes usuais . Agarra - te �s cunhas altas que j� conseguiste.
Por favor , despacha -te com os bilhetes. Manda-nos dizer o que conseguires com a urg�ncia que puderes. Obrigado por tudo e Bom trabalho.
Cordialmente ao dispor ,
DEOLINDA ALMEIDA
Secret�ria da OMA
SEC��O de L�O ( L�ODPOLVILLE)
CC: Maria Ruth Costa
MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTA��O BRAZZAVILLE, 3 DE DEZEMBRODE1964
DE ANGOLA Mr. Dr. Hugo de Menezes
M.P.L.A. P. O..BOX 1633
ACCRA- GHANA
B.P. 2353
BRAZZAVILLE
R�PUBLIQUE DU CONGO
-------------------
Departamento de : RELA��ES EXTERIORES
Ref. 1397/44/64
Caro compatriota,
Junto remetemos os documentos relativos a comiss�o dos tr�s e do comit� dos 9, encarregada de reexaminar o problema do nacionalismo Angolano na �ltima confer�ncia de chefe de Estados Africanos da O.U.A.
O RAPPORT da Comiss�o dos tr�s , sendo confidencial n�o dever� ser divulgado. Enviamo-lo � t�tulo informativo pessoal,,permitindo - o a ter uma ideia exacta.
Sauda�es Revolucion�rias
Pelo Comit� Director
Agostinho Neto
Presidente
A FOR�A DO M.P.L.A, RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS ( Confer�ncia de quadros do M.P.L.A,- 3 a 10 de janeiro de 1964).
FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIEN QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L �INTERIEUR DU PAYS ( Conf�rence des cadres du M.P.L.A, - 3 au 10 janvier 1964)
B. P. 2353 T�l. 49-15
BRAZZAVILLE Brazzaville, 6 de janeiro de 1965 R�PUBLIQUE DU CONGO Dr Hugo de Menezes
Po; Box. 1633
ACCRA
Camarada:
Agradecemos o favor de informar se podem ser conseguidos condi�es em Accra para tratamento gratuito de camaradas de Pterigeons.
Desejamos-lhe um ano novo muito feliz.
Sauda�es cordiais.
Vitoria ou morte
Dr Agostinho Neto
Presidente
Movimento Popular de Liberta�o de Angola (M.P.L.A.)
A For�a Do M.P.L.A, RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS(Confer�ncia de Quadros do M.P.L.A, - 3 a 10 de Janeiro de 1964).
LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIEN QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L` INTERIEUR
DU PAYS.
(Conf�rence des cadres du M.P.L.A.- 3 a 10 janvier 1964)
Opinião prazeroza aqui, post como aqui vemos realção a quem quer que analisar neste sítio .....
Faz mais deste espaço, a todos os teus leitores.
Postar um comentário