Você sabia que o Brasil já teve um presidente afro-descendente e que era pobre e tinha apenas 41 anos de idade? Com certeza não, pois os livros escolares omitem o fato. Foi o carioca Nilo Peçanha, que governo o país de 1908 a 1910. Foi há quase 100 anos atrás, mas é verdade!
Peçanha substituiu o então presidente Afonso Pena que morreu durante o mandato, pois os dois foram eleitos juntos. Nilo nasceu em 1867 em Campos, Rio de Janeiro, estado em que chegou a ser presidente(governador) em 1903, com apenas 36 anos. Republicano, foi ainda deputado e senador. Em 1917 foi ainda Ministro de Relações Exteriores do país e como chanceler colocou o Brasil ao lado dos Aliados na Primeira Grande Guerra Mundial.
É lógico que olhando as imagens dele, não dá para perceber isso, pois tanto Nilo Peçanha e o escritor Machado de Assis são retratados sem traços negros e sua etnia nem citada em suas biografias. E eles infelizmente nunca fizeram questão de se declararem afro-brasileiros.
Outro fato que escapa a população negra é que por um breve período, tiveram antes que qualquer país na América, o primeiro partido negro. Em 1931 foi fundada em setembro a entidade Frente Negra Brasileira, na cidade de São Paulo destinada a lutar pelos direitos do povo afro-brasileiro. Mas a consciência política adquirida durante a militância fez com a ONG torna-se um 1936 – um partido político.
Entretanto a experiência durou pouco. O ditador Getúlio Vargas no ato para extinguir legendas como o Partido Comunista do Brasil, colocou junto a Frente Negra – a tornando ilegal. Foi em 1937. Mesmo com a redemocratização do país em 1945, nunca mais os negros conseguiram organizar de tal forma.
Hoje há poucos negros envolvidos na política. Somos a metade da população brasileira, mas não temos coesão política para elegermos nossos representantes. Mas isso não é culpa dos afro-descendentes e sim da situação sócio econômica. Não temos dinheiro para campanhas políticas muitas vezes financiadas a base do caixa dois. O que temos mal dá para o caixa um e único.
E o pior de tudo é que o povo negro é vitima da compra de votos. E o candidato que faz isso é justamente aquele que se elege sem proposta de promoção da igualdade racial. Esse político não é bobo, pois o racismo, a miséria e a má distribuição de renda são suas fontes de renda. Para ele, combater isso é se desempregar.
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