quarta-feira, julho 20, 2005

AFRICA: PAÍSES ARTIFICIAIS




“África una-te, porque temos que sair da babilônia e estamos indo para terra de nosso pai./Como seria bom e agradável antes do Deus e do homem,
ver a unificação de todos os africanos como já deveríamos ter feito...”.
AFRICA UNITE (tradução)
Bob Marley

Quando a Coroa Portuguesa começou em 1444 o processo de seqüestro e venda de habitantes da Nigéria, foi só o começo de uma interferência externa em nações africanas. E é bom identificar que a imagens dos paises no continente africano, é fruto de uma divisão artificial, sem consulta as diversas nações existentes.
Após o esgotamento do modelo de escravidão e exploração da África, os europeus passaram retirar do continente, minérios preciosos. Mas resolveram durante a Conferencia de Berlim, entre novembro de 1884 a fevereiro de 1885 fizeram um esboço da ocupação territorial pelas nações imperiais. Beneficiados por esse acordo foram Inglaterra, Holanda, Itália, Bélgica, Alemanha, Espanha e Portugal.
Desse acordo surgiram muitos países que hoje conhecemos no mapa da África. Mas nações e até famílias forma obrigadas a separação devido o estabelecimento de fronteiras territoriais. E a proibição impediu inclusive que uma tribo pudesse plantar em áreas férteis, como antes fazia. Por isso é comum hoje vermos guerras tribais, nas regiões fronteiriças – pois elas não são reconhecidas pelo povo africano. Um exemplo europeu disso foi à dissolução da Iugoslávia em vários paises, pois eram unidos a força.
Além da fixação autoritária de países, os impérios coloniais sufocavam as inspirações de autodeterminação das nações africanas. Havia desde o inicio da colonização movimento de independência e libertação desses países. Com as primeira e segunda guerras mundiais houve um enfraquecimento militar dos europeus e o fortalecimento da consciência africana – sintetizado no pan-africanismo.
Mas isso não foi um processo pacifico. No Quênia, entre os anos de 1952 a 56 - membros da etnia kikuyus se revoltaram contra os colonizadores. O mesmo aconteceu em Camarões entre 1955 a 1958. Mas a partir da década de 60, isso se organizou e varias nações tornaram-se independente.
Mas A Guerra Fria, na disputa entre Estados Unidos e União Soviética, contaminou as relações já tensas entre alguns povos africanos e com o fornecimento de armas interesseiro de americanos, chineses, soviéticos e britânicos – o continente foi mergulhado em conflitos armados que até agora não cessaram. Eles alimentam a discórdia – em estratégia semelhante da época da escravidão – dando armas para nações se massacrarem. A vencedora dessa maléfica lógica deve favores aos fornecedores.
Um ponto positivo foi à união de lideranças africanas na tentativa de unificação das ações, pois recém libertados – os países tinham problemas comuns. Em 1963 foi criada a Organização da Unidade Africana – OUA. Mas as divergências entre países africanos de orientação mulçumana e outros de aspirações ocidentais, dificultam essa convergência de interesses.
Um outro grande problema para África é o aparecimento da AIDS que vem dizimando gerações inteiras, retirando do processo de desenvolvimento a força de trabalho necessária. Há quem preveja que se uma política de saúde igual a do Brasil não for adotada, em alguns anos 40% dessas populações serão contaminadas. Mas há inclusive chefe de nações que se recusam gastar verba com medicamentos, alegando que eles não são eficientes.
Nesse circulo vicioso de exploração, guerras e tragédias, a África nunca se desenvolve como deveria. Com exceção de alguns paises como África do Sul. A iniciativa do G8 – Grupo formado pelos países mais ricos e poderosos do mundo – em cancelar a Divida Externa de várias nações africanas é uma boa atitude. Elas não têm condições de pagamento, mas é necessário que os lideres dessas nações redirecione o dinheiro para melhorias sociais. O que pode ser difícil, pois assim, como em qualquer país – a corrupção também existe.

CRONOLOGIA DA INDEPENDENCIA DA AFRICA
1846
Independência da Libéria

1957
Gana é o primeiro país da África Negra a tornar-se independente

1958
Independência da Guiné

1960
Independência do Congo
Independência da Costa do Marfim
Independência do Gabão
Independência do Mali
Independência do Niger
Independência da Nigéria
Independência do Senegal
Independência da Somália
Independência do Zaire

1961
Independência de Serra Leoa

1962
Independência da Argélia
Independência de Burundi

1963
Independência do Quênia

1973
Independência da Guiné-Bissau

1975
Independência de Angola
Independência do Benin
Independência de Cabo Verde
Independência da Etiópia
Independência de Moçambique
Independência de São Tomé e Príncipe

1980
Independência do Zimbábue

1990
Independência da Namíbia

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei o blog,as matérias e as músicas! Muito Bom mesmo! me ajudou muito!