quarta-feira, setembro 07, 2016

Maria Felipa, heroína esquecida da independência do Brasil

Imagem ilustrativa de Maria Felipa a frente do grupo de mulheres na luta contra as tropas de Portugal


A independência do Brasil colônia de Portugal não ocorreu simplesmente após o grito de Dom Pedro I, em 7 de setembro de 1822. O ato não contou com adesão de todas as regiões do país e a batalha mais difícil aconteceu na Bahia. Foi lá onde se destacou uma figura obscura dos livros escolas, Maria Felipa de Oliveira, a heroína negra.
Maria Felipa nasceu em uma casa na rua das Gameleiras dentro do município de Itaparica e morou num casarão chamado de “convento” na Ponta das Baleias na ilha de Itaparica. Ela era uma negra alta e forte, sobrevivia da pesca. Era muito respeitada como capoeirista e virou liderança na comunidade.
Lideranças rurais e políticas de Salvador, contrários a independência, pediram ajuda a Portugal que enviou uma frota com 20 barcos para defender a cidade.
Liderando um grupo de mulheres e homens, brancos, negros e índios, ela organizou uma milícia que construiu trincheiras nas praias e atacou em forma de guerrilha as tropas portuguesas.
Ao lado das tropas fieis a Dom Pedro, a guerrilha de Maria Felipa incendiou inúmeras embarcações. Armados de facas e galhos de cansanção, folha que causam urticária, seu grupo expulsava os portuguesas dos barcos e depois ateava fogo as embarcações usando tochas feitas de palha de coco e chumbo.
Na primeira cerimônia de hasteamento da bandeira nacional, após a derrota definitiva dos portugueses, na Fortaleza de São Lourenço em Ponta das Baleias, Felipa e seu grupo invadiram e depredou o comércio de um dos comerciantes portugueses que se aliaram as tropas ligadas a Coroa Portuguesa.
Na Bahia a independência tem uma data especial 2 de julho de 1823, quando ocorre a vitória definitiva sobre as tropas leais a Portugal.

Maria Felipa morreu em 1873 sem reconhecimento de seu papel na luta contra as tropas fieis a Portugal. Sua vida só foi citada pelo escritor Xavier Marques no romance histórico O Sargento Pedro e pelo historiador Ubaldo Osório em A Ilha de Itaparica. A história de Maria Felipa pode bem ter sido inspiração para a Maria da Fé de Viva o Povo Brasileiro, obra de João Ubaldo Ribeiro.

Com conteúdo do site Os Heróis do Brasil

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