Imagem ilustrativa de Maria Felipa a frente do grupo de mulheres na luta contra as tropas de Portugal |
A independência do
Brasil colônia de Portugal não ocorreu simplesmente após o grito de Dom Pedro
I, em 7 de setembro de 1822. O ato não contou com adesão de todas as regiões do
país e a batalha mais difícil aconteceu na Bahia. Foi lá onde se destacou uma
figura obscura dos livros escolas, Maria Felipa de Oliveira, a heroína negra.
Maria Felipa nasceu
em uma casa na rua das Gameleiras dentro do município de Itaparica e morou num
casarão chamado de “convento” na Ponta das Baleias na ilha de Itaparica. Ela
era uma negra alta e forte, sobrevivia da pesca. Era muito respeitada como capoeirista
e virou liderança na comunidade.
Lideranças rurais e
políticas de Salvador, contrários a independência, pediram ajuda a Portugal que
enviou uma frota com 20 barcos para defender a cidade.
Liderando um grupo
de mulheres e homens, brancos, negros e índios, ela organizou uma milícia que
construiu trincheiras nas praias e atacou em forma de guerrilha as tropas
portuguesas.
Ao lado das tropas
fieis a Dom Pedro, a guerrilha de Maria Felipa incendiou inúmeras embarcações.
Armados de facas e galhos de cansanção, folha que causam urticária, seu grupo
expulsava os portuguesas dos barcos e depois ateava fogo as embarcações usando
tochas feitas de palha de coco e chumbo.
Na primeira
cerimônia de hasteamento da bandeira nacional, após a derrota definitiva dos
portugueses, na Fortaleza de São Lourenço em Ponta das Baleias, Felipa e seu
grupo invadiram e depredou o comércio de um dos comerciantes portugueses que se
aliaram as tropas ligadas a Coroa Portuguesa.
Na Bahia a
independência tem uma data especial 2 de julho de 1823, quando ocorre a vitória
definitiva sobre as tropas leais a Portugal.
Maria Felipa morreu
em 1873 sem reconhecimento de seu papel na luta contra as tropas fieis a
Portugal. Sua vida só foi citada pelo escritor Xavier Marques no romance
histórico O Sargento Pedro e pelo historiador Ubaldo Osório em A Ilha de
Itaparica. A história de Maria Felipa pode bem ter sido inspiração para a Maria
da Fé de Viva o Povo Brasileiro, obra de João Ubaldo Ribeiro.
Com conteúdo do site Os Heróis do Brasil
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