Blog criado maio de 2005 para divulgação da História Antiga e Contemporânea do Povo Negro.
terça-feira, julho 04, 2006
O GOLEIRO BARBOSA
Sempre que o Brasil perde uma Copa do Mundo, recordo-me do grande goleiro Barbosa, execrado dos gramados, por ter tomado o gol que tirou no país a conquista do titulo, no mundial de 1950, realizado aqui. Vejo o lateral Roberto Carlos ter que suportar a teoria: que ao ajeitar as meias, deu um gol a seleção da França, como se o time não tivesse mais 10 jogadores.
Vamos ao goleiro, que nasceu no dia 27 de março de 1927, em Campinas, batizado de Moacir Barbosa. Deu seus primeiros passos no gramado jogando no Comercial de São Paulo. Seu bom desempenho, logo lhe rendeu um contrato pelo time Ypiranga e posteriormente chegou a uma das maiores agremiações esportivas do Brasil, o Vasco da Gama. O ano? 1946.
Defendendo as traves da cruzmaltina, Barbosa ganhou os campeonatos cariocas de: 1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958, pelo então intitulado. Em 1948 ajudou a equipe a conquistar no Chile o Campeonato Sul-americano de Campeões, em cima do já forte River Plate, da Argentina, segurando uma cobrança de pênalti.
Entretanto nada disso foi levado em conta quando na final da Copa do Mundo de 1950, em pleno Maracanã, recebeu o gol de desempate do ponta uruguaiano Gigghia, pelo lado direito do gol. O clima era tão ruim, naquele dia, que o uniforme de cor branca, foi abolido, e duas pessoas morreram no estádio, por conseqüência de ataques cardíacos e uma pessoa se jogou das tribunas, morrendo na seqüência.
A seleção do Uruguai conquistou o titulo, e mesmo Barbosa, uma verdadeira maldição, no dia 16 de julho de 1950, que o perseguiu até o ano 2000, 7 de abril, em Santos quando morreu.
Apenas em 1953, ele recuperou de fato a autoconfiança quando ao quebrar uma perna, recebeu a visita de uma multidão de torcedores do Botafogo, equipe que defendia.
Quando se aposentou dos gramados, tornou-se um simples funcionário no Maracanã. Inclusive o então técnico Zagallo é acusado de barrá-lo na concentração da seleção brasileira, as vésperas de um jogo no país, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1998. A razão: considerado pé frio.
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