terça-feira, setembro 06, 2005

PANTERA NEGRA MARVEL


Capa de revista

Quando eu era criança, adorava ler Historias em Quadrinho do personagem Pantera Negra. Explico o fascínio da seguinte forma: enquanto Superman, Batman e o Homem Aranha era heróis brancos, o Pantera era o único afro. Suas historias era editadas no Heróis da TV ou no Superaventuras Marvel.
Lembrando disso, eu enviei um email para meu amigo Marcus Vinicius, editor do blog www.grioteletronico.blogspot.com, que é apaixonado por HQs. Não demorou ele me mandou um material que sem duvida alguma, matou minha saudade. Mesmo porque o herói não é mais editado nas muitas mudanças de historia nos Gibis.
Segundo as informações fornecidas por Marcus Vinicius o Pantera Negra foi criado em 1966 por Stan Lee (mesmo criador de X-Men e Homem Aranha) e Jack Kirby. O ano explica a inspiração: os Panteras Negras – ONG afro-americana radical de combate ao racismo está em funcionamento. Existe ainda Martin Luther King e Malcolm X mesmo morto é ainda uma figura muito influente.
Outro fator que pode ter influenciado os desenhistas foi à onda de orgulho negro e valorização de símbolos africanos. Apesar disso tudo Stan Lee jura que não pensou em nada disso para construir o personagem e suas historias. Difícil acreditar.
A primeira aparição do Pantera Negra foi no numero 52 da revista Quatro Fantásticos –editada nos Estados Unidos. Vestiam uma mascara emitindo as feições de uma pantera e seu uniforme era totalmente negro.
Sua identidade secreta era mais interessante: sob a mascara de escondida um monarca africano. Bem similar ao multimilionário Bruce Wayne – Batman. Seu nome era Tchalla e governava o reino fictício de Wakanda.
Igual ao assassinato dos pais de Wayne, que serviu de exemplo para se tornar um herói, a morte de seu pai Tchaka, pelas mãos do vilão Garra Sônica, motivou a lutar contra o crime. E quer algo mais: ele se torna uma espécie de Fantasma (O Espírito que Anda), defendendo seu reino.
Para melhor defender o reino, Tchalla estuda em Universidade dos Estados Unidos e se torna um grande cientista. Voltando a sua terra, resolve usar seus conhecimentos para melhorar a vida de seu povo.
O Pantera Negra é um perfeito personagem de HQ da Consciência Negra, e super atual. E começa a comercializar o fictício metal raro vibranium para trazer divisas para o Wakanda. O metal em questão é o mesmo que faz parte do esqueleto do personagem Wolverine, do X-Men. Coisa que só quem lê os gibis vai entender.
Como parte do ritual de coroamento Tchalla recebe uma dose de uma bebida a base de uma erva sagrada africana e ganha força, agilidade e sentidos sobre-humana. Com seus conhecimentos e dinheiro do vibranium transforma Wakanda no país mais avançado do mundo.
Tempos depois o Pantera Negra passa a fazer parte do Grupo “Os Vingadores” ao lado do Capitão América (esse o Bush deve adorar), Poderoso Thor e Homem de Ferro.
Mas legal mesmo era ver as historia que se passavam no reino Wakanda, quando ele enfrentava seus rivais locais. A África era retratada de maneira apaixonante. Nada de pessoas tolas e subdesenvolvidas. Todos inteligentes e com uma beleza sensacional. São roteiros bem definidos, que deixa a duvida se não foram escritos por militantes negros, ou mesmo, tenham sido influenciados.
Ele ainda chegou a ter uma revista, mas cancelada. Há previsão de um novo lançamento entre os próximos anos.
O Pantera Negra, a exemplo de Blade – o Caçador de Vampiro, que virou um sucesso nas telas com o ator afro-americano Wesley Snipe, merece uma versão cinematográfica. É bom lembrar que o Blade virou o primeiro filme a tornar rentável a versão nas telas de heróis da Marvel.
Analisando sob a ótica de aspectos positivos o Pantera Negra é um soberano africano – isso nos anos 70 já é um avanço, pois nas escolas ensinavam que descendíamos de escravos, sem contar a nossa Historia da áfrica com seus vários reinos. Só agora com a Lei 10.639, isso começa a ser consertado.
Outro avanço notado nos roteiros do Pantera Negra é que ele é um soberano africano que segue as idéias de James Shikwati, economista queniano, que prega a auto determinação e auto desenvolvimento sustentável das nações africanas sem interferência externa. Basta que se tenham políticos honestos no poder.
E ele derruba mitos como o de Tarzan, que retratava o poder “civilizatorio” do homem branco, quando ele, mesmo criado por gorilas, se mostrava intectualmente mais esperto com os chefes africanos. Eu pessoalmente odiava as historias.
Fico aguardando o filme, o que acho difícil, a não ser que cineastas negros tenham um orçamento decente: tipo milhões de dólares