No princípio, era a Branca de Neve. Agora, tudo mudou. No final da semana passada, a fechar a sua reunião anual de accionistas, a Walt Disney anunciou, em Nova Orleães, o início da produção do seu novo filme de animação clássica, The Frog Princess, que tem por heroína uma jovem negra chamada Maddy, residente no Bairro Francês da cidade que o Katrina devastou.Descrito como "um conto de fadas americano" pelo realizador e director da Disney e da Pixar John Lasseter, No princípio, era a Branca de Neve. Agora, tudo mudou. No final da semana passada, a fechar a sua reunião anual de accionistas, a Walt Disney anunciou, em Nova Orleães, o início da produção do seu novo filme de animação clássica, The Frog Princess, que tem por heroína uma jovem negra chamada Maddy, residente no Bairro Francês da cidade que o Katrina devastou.Descrito como "um conto de fadas americano" pelo realizador e director da Disney e da Pixar John Lasseter, The Frog Princess foi já classificado por alguns jornais como mais um exemplo da actual estratégia artística e de marketing da companhia, que sublinha a sua orientação "multicultural" e a "diversidade" das personagens das suas animações mais importantes.A verdade é que já há bastante tempo que as princesas das longas--metragens animadas da Disney deixaram de ser europeias para passarem a ser multirraciais - é o caso das três últimas, em Aladdin, Pocahontas e Mulan. O que de modo algum tem livrado os estúdios do rato Mickey de acusações de estereotipação racial, e de continuarem a ser politicamente incorrectos.Protestos atrás de protestosEm 1993, quando da estreia de Aladdin, a primeira longa-metragem animada dos estúdios com uma princesa "étnica", a árabe Jasmine, choveram protestos da parte de organizações muçulmanas, acusando o filme, entre outras coisas, de uma visão "racista" do Médio Oriente e de excesso de "sensualidade" no desenho da jovem heroína.Seguiu-se, em 1995, Pocahontas, baseado na história da princesa índia homónima e de John Smith, um dos primeiros colonos do Novo Mundo. Mais protestos, agora de organizações nativas americanas, pelo facto dos animadores da Disney terem criado Pocahontas em grande parte baseados na cara e na figura da top model Naomi Campbell, em vez de terem optado apenas por raparigas índias. O filme mais consensual foi Mulan, de 1998, baseado numa velha lenda chinesa em que a heroína que se disfarça de homem para combater o invasor huno.Em todos estes filmes há uma mensagem de harmonia inter-racial e certamente que The Princess Frog não fugirá a esta orientação. E também de certeza que, uma vez o filme nos cinemas, surgirão vozes descontentes, acusando-o, e à Disney, de paternalismo cultural. E e à princesa negra de ser mais um cliché racial para a colecção da casa.
Um comentário:
Marquinho, seu blog não é apenas bom. Ele é super excelente. Bem diversificado, assuntos interessantes e extremamente úteis no mundo atual. Permita-me entretanto fazer uma reclamação e sugestão. O cara do qual sou o maior fã e sei que tem uma multidão atrás de mim é o Louis Armstrong, o monstro sagrado do jazz, o rei de New Orleans, e não ví nada dele aqui. Fica então a minha sugestão. Parabens, mas parabens mesmo, pois sempre soube da sua excelente competência.
Postar um comentário