segunda-feira, março 26, 2007


Charles Fox, William Wilberforce e Lord Grenville foram os pioneiros da lei queaboliu a escravatura, que passou na Câmara dos Comuns por 144 votos a favor e 15contra, tornando a prática de traficar ou transportar escravos ilegal.
Foi o primeiro passo para colocar fim a uma das práticas mais cruéis na históriada humanidade, e outras nações iriam seguir o exemplo ao longo do século XIX.
A documentação não providencia cifras exactas sobre o número de vítimas, masexiste um consenso que cerca de 10 milhões de pessoas foram esforçados a sairdos seus lares na África Ocidental, foram vendidas aos traficantes, mantidas emcondições deploráveis nos navios, e depois vendidas aos donos das plantações nasAméricas.
Dado que cerca de metade dos escravos morriam na travessia do oceano,pode estimar-se que o número total de pessoas traficadas como escravos entremeados do século XVI e o início do século XIX foi cerca de 20 milhões de homens,mulheres e crianças.“Deplorável” é uma palavra que não serve para descrever as condições de pesadeloem que estas pessoas se encontravam.
Esforçadas a estarem deitados ou sentados,sem quaisquer condições sanitárias ou higiénicas, chegavam ao seu destino atéseis meses depois, quanto melhor, num mar de excremento. Ou pior, mortos.Contudo, a escravatura continua a existir hoje, 25 de Março de 2007. Estima-seque existem até 10 milhões de crianças a trabalharem como escravos sexuais.Existem cerca de meio milhão de crianças soldados.
Existem 27.000.000 de pessoas esforçados a trabalhar sem salário, ou por salários simbólicos. E existe aescravatura na União Europeia, onde cada ano 400.000 pessoas caem vítimas aotráfico em seres humanos.Como podemos celebrar este dia hoje, dia 25 de Março de 2007, se na Mauritânia,um escravo negro é negociado por 11 Euros, no Sudão, custa 64 Euros, e se naÍndia, Paquistão e Bangladesh, o negócio esclavagista continua a render 25milhões de Euro por ano?
Timothy BANCROFT-HINCHEYPRAVDA.Ru

sexta-feira, março 16, 2007

Lewis Hamilton - O primeiro piloto negro da Fórmula 1

Uma das novidades da Fórmula 1 é a participação do piloto negro Lewis Hamilton, filho de imigrantes da ilha caribenha de Granada. Ela vai corrrer pela lendária Mclaren. Sua ida para à equipe foi bancada pela fábrica de motores Mercedes.
Com 22 anos, ele é uma das apostas da equipe para voltar a vencer na competição.
O mais próximo que um negro tinha chegado do circuito concorrido da Fórmula 1, foi com o piloto de teste Wlly Ribbs, pela equipe Brabham, um piloto que também foi pioneiro nas provas de 500 milhas de Indianápolis - prova de velocidade e resistência.
Um dos episódios tristes da Fórmula 1, ocorreu em 1963, em Jacksonville, Flórida, quando o piloto negro Wendell Scott, mesmo vencedor de uma prova do Nascar, no dia 1º de dezembro de 1963, só lhe entregaram o troféu, quando o público tinha ido embora.
O sucesso de Lewis poderá abrir as portas para outros negros aparecerem neste esporte.
Torçamos por ele.

quinta-feira, março 15, 2007

Dona Tereza


Morreu na segunda-feira (12), a primeira pessoa que me deu Consciência Negra, minha mãe. Ela me ensinou a nunca andar de cabeça baixa, responder as ofensas raciais e nunca correr de uma briga justa. Também me ensinou a respeitar e amar as mulheres negras. E o mais importante: tinha orgulho da minha luta contra o racismo, tanto é que no domingo pedia para que eu checasse uma historia de uma prima que teria sido discriminada no trabalho.Agora, minha missão é seguir adiante, sempre honrado tudo que ela me ensinou e ficar atenta a sua inspiração.

terça-feira, março 13, 2007

The Frog Princess



No princípio, era a Branca de Neve. Agora, tudo mudou. No final da semana passada, a fechar a sua reunião anual de accionistas, a Walt Disney anunciou, em Nova Orleães, o início da produção do seu novo filme de animação clássica, The Frog Princess, que tem por heroína uma jovem negra chamada Maddy, residente no Bairro Francês da cidade que o Katrina devastou.Descrito como "um conto de fadas americano" pelo realizador e director da Disney e da Pixar John Lasseter, No princípio, era a Branca de Neve. Agora, tudo mudou. No final da semana passada, a fechar a sua reunião anual de accionistas, a Walt Disney anunciou, em Nova Orleães, o início da produção do seu novo filme de animação clássica, The Frog Princess, que tem por heroína uma jovem negra chamada Maddy, residente no Bairro Francês da cidade que o Katrina devastou.Descrito como "um conto de fadas americano" pelo realizador e director da Disney e da Pixar John Lasseter, The Frog Princess foi já classificado por alguns jornais como mais um exemplo da actual estratégia artística e de marketing da companhia, que sublinha a sua orientação "multicultural" e a "diversidade" das personagens das suas animações mais importantes.A verdade é que já há bastante tempo que as princesas das longas--metragens animadas da Disney deixaram de ser europeias para passarem a ser multirraciais - é o caso das três últimas, em Aladdin, Pocahontas e Mulan. O que de modo algum tem livrado os estúdios do rato Mickey de acusações de estereotipação racial, e de continuarem a ser politicamente incorrectos.Protestos atrás de protestosEm 1993, quando da estreia de Aladdin, a primeira longa-metragem animada dos estúdios com uma princesa "étnica", a árabe Jasmine, choveram protestos da parte de organizações muçulmanas, acusando o filme, entre outras coisas, de uma visão "racista" do Médio Oriente e de excesso de "sensualidade" no desenho da jovem heroína.Seguiu-se, em 1995, Pocahontas, baseado na história da princesa índia homónima e de John Smith, um dos primeiros colonos do Novo Mundo. Mais protestos, agora de organizações nativas americanas, pelo facto dos animadores da Disney terem criado Pocahontas em grande parte baseados na cara e na figura da top model Naomi Campbell, em vez de terem optado apenas por raparigas índias. O filme mais consensual foi Mulan, de 1998, baseado numa velha lenda chinesa em que a heroína que se disfarça de homem para combater o invasor huno.Em todos estes filmes há uma mensagem de harmonia inter-racial e certamente que The Princess Frog não fugirá a esta orientação. E também de certeza que, uma vez o filme nos cinemas, surgirão vozes descontentes, acusando-o, e à Disney, de paternalismo cultural. E e à princesa negra de ser mais um cliché racial para a colecção da casa.

sexta-feira, março 09, 2007

Taís Araujo - Linda demais!


Maçonaria e o Abolicionismo



Um dia destes entrei pela primeira vez em uma Loja Maçônica. Cheio de rituais, de cara não me simpatizei com o lugar. Mas acabei me sentido forçado a fazer uma pesquisa sobre a Maçonaria e os negros. Fiquei surpreso.
Durante os 50 anos de luta abolicionista, as lojas maçônicas participaram de forma decisiva da luta para libertação das pessoas escravizadas. E três figuras afro-brasileiras eram maçons: o engenheiro André Rebouças, o advogado Luiz Gama e o jornalista José do Patrocínio.
Os três percorreram o país com apoio de lojas maçônicas divulgando a necessidade do abolicionismo.
Outro apoiador era o intelectual, político e também advogado Rui Barbosa, considera inclusive na época um mulato, o que na verdade não era. Ele pertencia a Loja América de São Paulo. Nesta mesma loja, no dia 7 de julho de 1868, Barbosa teria lido um projeto de Abolição com as seguintes propostas todas as lojas maçônicas: todas deveriam aderir ao abolicionismo e criar condições para capacitá-lo profissionalmente; deveriam criar um fundo especial para comprar alforrias de crianças escravas, e mesmo de adultos; incentivariam a criação de escolas diurnas e noturnas para a educação dos ex-escravos, comoforma de reparação pelo crime do escravismo.
A proposta de Rui Barbosa também dizia que ninguém poderia ser considerado maçom se mantivesse posse de escravos ou fosse traficantes de pessoas escravizadas.
Este documento influenciou todas lojas maçônicas no Brasil. A prova disto está no Amazonas, onde uma maçonaria comprou um jornal e passou a veicular a luta abolicionista. No Ceará, o primeiro estado a libertarem escravos, o então governador maçom Sátiro Dias assinou decreto extinguindo a escravidão naquele estado, em 1884. A dúvida de hoje é saber por que a proposta de Rui Barbosa não vingou.
Era uma verdadeira reforma social, endossada por nomes como:Joaquim Nabuco de Araújo, Pimenta Bueno e Eusébio de Queiroz.
Mas é bom citar que a maçonaria é feita por homens, que são em alguns casos progressistas ou conservadores. Igual o Congresso e Câmaras Municipais.

quarta-feira, março 07, 2007

sexta-feira, março 02, 2007

MACY GRAY


MACY GRAY


“...I try to say good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear,
My world crumbles when you are not near
Good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear,
My world crumbles when you are not near...”

Aos ouvir estes versos da música I Try, ou seja, Eu tento, eu adoro e me delicio com esta voz sensacional de Macy Gray, nascida em Canton, estado de Ohio, ela começou a carreira,tarde, quase tarde, aos 30 anos. Sua formação musical foi desde pequena ouvir muitos discos de R & B, de gente de alto calibre como Sly Stone, James Brown, Marvin Gaye e Stevie Wonder.
Depois, mudou-se para Los Angeles, onde conheceu artistas do mundo musical. Paralelamente foi procurando gravadoras com suas musicas. E uma das fitas demos impressionou a gravadora Epic/Sony que acabou por contratá-la em abril de 1998.
Seu primeiro produtor foi Andrew Slater, que lançou seu disco “On How Life Is”, no ano de 1999. Cheio de suingue o disco foi um sucesso vendendo aproximadamente 2 milhões de cópias. E ela ainda ganhou o premio na Inglaterra de Melhor Artista Solo e Revelação daquele ano.
Hoje não paro de ouví-la.

Marvin Gaye





Marvin Gaye

Let's Get It On

I've been really tryin', baby


Tryin' to hold back this feelin' for so long


And if you feel like I feel, baby


Then come on, oh come on


Let's get it on, oh baby


Let's get it on


Let's love, baby


Let's get it on


Sugar, let's get it on

Lembro até hoje o dia de seu assassinato em 1984. Suas músicas fizeram parte da minha juventude. Marvin Gaye, nasceu em 1939, tornando-se anos depois a perfeita tradução da palavra “Soul Man”.
Ele passou inicialmente por alguns grupos vocais até lançar em carreira solo o disco: “The Soulful Moods Of”, em 1961, indo direto para as paradas de sucesso com as músicas “How Deep Is The Ocean?” e “How High The Moon”.
Nas décadas de 60 e 70 continuou lançando clássicos e duetos com as belas divas Mary Wells, Kim Weston e Tammi Terrell. A parceria com Tammi Terrell parece ter sido a mais dolorosa. Embora eles não fossem namorados, como era comentado nos bastidores a morte dela, vitimado por um tumor no cérebro em 1970, deixou Marvin em depressão.
“What’s Going On” de 1971, cuja canção homônima chegou a ser recusado pela gravadora que não a considerou comercial o suficiente, é marco musical, com uma letra consciente, em plena Guerra do Vietnam. Em 1974 lança o disco “Live!”, e em 1978 “Here My Dear”, de 1978, onde as letras são inspiradas no fim do casamento com Anna, também tiveram ótima repercussão.Logo que seu divórcio foi concluído, casou-se com Janis Hunter. Desta união nasceram dois filhos.
Os anos 80 foram o ápice de sua carreira, com “Midnight Love”, que trazia o ‘hit’ “Sexual Healing”. Quantas vezes eu vi este clip. A letra é sensual e a batida envolvente.

Marvin tornou-se o principal artista da famosa gravadora Motown quando, infelizmente, um fato trágico fez o cantor se calar. No dia 1º de abril de 1984, véspera de seu aniversário, quando completaria 45 anos, Marvin Gaye foi assassinado pelo próprio pai, após um desentendimento familiar.
Nos anos seguintes, seus álbuns foram relançados e a coletânea “Very Best Of” chegou às lojas em 2001. A gravadora Motown também lançou gravações ao vivo e material raro depois da morte do músico.

quinta-feira, março 01, 2007

Um livro difícil de comprar.

Mesmo lançado com grande repercussão na imprensa, com direito a artigos e até editoriais favoráveis o livro do jornalista Ali Kamel, teima em permanecer nas prateleiras das livrarias, encalhado. Num texto que beira a arrogância, o autor tece argumentos duvidosos contra as ações afirmativas e todos os projetos de lei, em processo de votação no Congresso Nacional.
Na época, nem perdi tempo em comentar os equívocos dentro deste livro. Mas grandes personalidades do Movimento Negro fizeram com maestria.
Agora, o livro pode ser comprado por módicos R$ 15, 00, entretanto ainda assim é caro, pois os dados oficiais do IBGE e outras pesquisas mostram a necessidade da aplicação de cotas no Brasil.
Tomara que o livro não tenha se beneficiado de incentivos culturais, pois a população negra, também contribuinte em impostos, estaria sendo lesada duas vezes.
Acredito que um dia Ali Kamel tenha consciência da grande colaboração que deu para os racistas deste país.
Ele não é racista, mas o livro é.