quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Mais uma batalha: MP da Bahia e Rede Globo






Demorou mais aconteceu: o Ministério Público da Bahia entrou com uma ação de tutela coletiva e indenizatória contra a Rede Globo, por causa da novela Sinhá Moça. Um das exigências da ação judicial é obrigar a emissora carioca a produzir no mesmo horário uma novela, que corrija os erros históricos sobre a luta da população negra por sua libertação e também sobre o abolicionismo.
A decisão de processar a Globo foi tomada após a realização de um inquérito civil, instaurado em maio do ano passado, para investigar se “Sinhá Moça” teria deturpado a história da escravidão e prejudicado a auto-estima da população negra e afrodescendente. Segundo Soares Filho, a novela errou ao mostrar o negro extremamente passivo e sofredor, incapaz de se libertar a não ser por intermédio de heróis brancos.
Baseada no romance de mesmo nome escrito por Maria Dezonne Pacheco Fernandes, adaptado pela Globo pela primeira vez em 1986, “Sinhá Moça” é considerada uma obra abolicionista. Para o promotor Soares Filho, porém, a última versão possui “inúmeras cenas de graves ofensas racistas, agredindo moral, física e psicologicamente homens e mulheres negras”.
Titular da 2ª Promotoria de Justiça da Cidadania de Salvador, Soares Filho afirma ainda no documento que, “ao veicular cenas de brutais ofensas racistas (físicas e morais) contra homens, mulheres e crianças negras, sem o devido contraponto de mostrar a capacidade de luta, a coragem, a inteligência e a incrível força moral e espiritual dessas vítimas, a Rede Globo de Televisão transmitiu uma mensagem extremamente negativa” para os afrodescendentes.
A ação corre na 3ª Vara Cível de Salvador, cuja titular, juíza Letéia Braga, solicitou a citação do diretor da Rede Globo, Octávio Florisbal, no Rio de Janeiro. Na época da abertura do inquérito civil, a emissora se defendeu das acusações de deturpação histórica e ofensa à dignidade dos negros afirmando que “Sinhá Moça” é uma obra literária e, portanto, caracterizada pela ficção.
O promotor, no entanto, não se convenceu com o argumento e procurou subsidiar sua tese na opinião de especialistas e estudiosos. Entre outros pontos, a ação lembra que, à época da abolição da escravatura, período em que “Sinhá Moça” se passa, a grande maioria dos negros já se encontrava livre ou alforriada. Alguns deles, inclusive, como o engenheiro baiano André Rebouças (1838-1898) e o jornalista fluminense José do Patrocínio (1854-1905), faziam parte da elite e se engajaram na luta pela abolição, formalizada em 1888, com a assinatura da Lei Áurea.
Para escrever a versão ‘historicamente correta’ de “Sinhá Moça”, o promotor pede que o autor da novela, Benedito Ruy Barbosa, seja orientado “por doutores em história previamente aprovados pelo Ministério Público”.

Cafundó.


Garimpando entre Dvds achei o filme Cafundó, estrelado pelo sempre eficiente Lázaro Ramos, dirigido pelo Paulo Betti, que fez da história um projeto pessoal. Vale a pena por vários aspectos. Primeiro porque ele narra a biografia de João de Camargo, líder negro religioso, que viveu na primeira metade no século XX, em Sorocaba.
Uma coisa que precisa urgente é uma revisão é o papel da comunidade na Igreja Católica. Através das irmandades negras e de pessoas como João de Camargo, teve uma caracterização forte e bem cultural.
João era escravo, depois se tornou tropeiro, e após um casamento frustrado, converte-se em religioso. Há inclusive o conflito entre religiões de matriz africana e o catolicismo, representado na figura de Flávio Bauraqui, que leva para as telas um Exu, pra lá de perfeito. Bom para aqueles que ainda pensam que o orixá é sinônimo de demônio. Ledo engano.
O filme tem defeitos de roteiro e montagem, mas nada que comprometa o produto final.
Vejam e tirem suas próprias conclusões.
Pra mim ele foi um Padre Cícero negro, do interior paulista. Mas sem o viés político que tinha o cearense.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Jennifer Hudson + outra linda afro-americana premiada no Oscar

Texto retirado do Uol


Jennifer Hudson, uma carismática jovem de 25 anos que em 2004 foi uma das finalistas do "reality show" "American Idol", conseguiu dois anos mais tarde entrar para o elenco do musical "Dreamgirls - Em Busca de um Sonho", que rendeu glória e o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.Ela nunca estudou canto ou interpretação, mas revelou que sua meta desde pequena era virar uma estrela.No entanto, nem nos melhores sonhos imaginava que teria uma noite como a de domingo, na qual superou atrizes consagradas como a australiana Cate Blanchet ("Notas Sobre um Escândalo") e a mexicana Adriana Barraza ("Babel"), ou jovens talentos como a japonesa Rinko Kikuchi ("Babel") e Abigail Breslin ("Pequena Miss Sunshine").Dois anos depois da derrota no "American Idol", a jovem conseguiu fama e ofertas de trabalho que nenhum vencedor do 'reality' consegue.Pouco depois da participação no programa, Jennifer Hudson deu o troco na algoz, Fantasia Barrino, ao derrotar a vencedora do "American Idol" em um teste para um musical.Na ocasião, o cineasta Bill Condon procurava alguém com voz intensa para interpretar a heroína Effie White, papel que chega a ofuscar a estrela Beyoncé e que rendeu a Jennifer Hudson prêmios importantes como o Globo de Ouro e a estatueta do Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG)."Nunca perdi as esperanças de interpretar Effie. Sempre mantive a fé", disse à imprensa após o Globo de Ouro em janeiro.
Para ficar com o papel no qual brilha mais que pesos pesados como Jamie Foxx, Beyoncé Knowles e Eddie Murphy neste musical sobre a carreira de um grupo de soul famoso nas décadas de 60 e 70, Hudson concorreu com 782 candidatas.Jennifer Hudson nasceu em Chicago, onde integrou durante anos um coral gospel. Também trabalhou como animadora infantil em um cruzeiro da Disney, no qual cantava músicas do filme "Hércules". Em "Dreamgirls", o destaque fica por conta de sua interpretação de "And I'm Telling you I'm not Going".No plano musical, já assinou um contrato com o produtor Clive Davis, da Arista Records, que lançou carreiras tão diversas como as de Janis Joplin, Whitney Houston, Justin Timberlake e Christina Aguilera. A Variety, bíblia do entretenimento de Hollywood, afirma que a estrela emergente lembra as trajetórias de Barbra Streisand e Bette Midler, e até mesmo "uma jovem Aretha Franklin".

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Idi Amin Dada


Uma das poucas novidades da noite do Oscar foi a indicação do ator afro-americano Forest Whittaker, por sua interpretação do ditador de Uganda, Idi Amin, no filme: The Last King of Scotland – O Último Rei da Escócia. Tenho que salientar, que a produção é ainda um pouco maniqueísta, quando faz a tragédia africana, ser trazida na ótica de um europeu, que pra variar, só está sem cena para tentar civilizar o dirigente ugandense.
Abaixo forneço a biografia de Idi Amim retirada do site Netsaber. O que eu posso resumir é que ele foi um dos bonecos, colocados no poder pelos Estados Unidos, durante o período da Guerra Fria contra a União Soviética, que no final detonou vários paises africanos e latino-americanos.
Mas ainda assim, por curiosidade, acho que o filme deve ser visto. Eu assistirei.

Biografia

O ex-ditador de Uganda nascido em uma pequena tribo de camponeses muçulmanos de Kakwa, nas margens do Nilo e um dos distritos mais remotos de Uganda, um dos déspotas mais sanguinários da África, considerado culpado pela morte de dezenas de milhares de ugandenses, que tomou o poder em um golpe militar (1971), derrubando o presidente Milton Obote. Alistado no Exército britânico, onde foi ajudante de cozinheiro do regimento britânico King's African Rifles, e impressionou com seu 1,90 metro de altura, seus 110 kg e sua habilidade pugilística, que o converteram em campeão de boxe na categoria peso pesado de seu país (1951-1960). Após a independência do país (1962) tornou-se chefe do Exército (1966) do presidente Milton Obote. Após o golpe de estado, depois de alguns meses de moderação, iniciou rapidamente a arbitrariedade como estilo de governo que durante oito anos (1971-1979) de um regime brutal deixou um país arruinado e centenas de milhares de pessoas assassinadas. Demonstrando um temperamento megalômano, vingativo e violento, expulsou (1972) cerca de 40 mil asiáticos, descendentes de imigrantes do império britânico na Índia, dizendo que Deus lhe havia dito para transformar Uganda em um país de homens negros. Uma figura grande e imponente, seu comportamento excêntrico criou a imagem de um bufão dado a explosões irregulares e foi chamado de Bug Daddy. Uma vez se declarou rei da Escócia, proibiu hippies e minissaias, e chegou a um funeral da realeza saudita usando um kilt. Certa vez (1999) disse a um jornal ugandense que ele gostava de tocar acordeão e de recitar o Alcorão. Depois de assumir o poder (1971), tornou-se um ditador que violava os direitos humanos fundamentais durante um "reinado de horror", segundo a Comissão Internacional de Juristas. Expressava admiração por Adolf Hitler, foi denunciado dentro e fora do continente africano por matar dezenas de milhares de pessoas durante seu governo (1971-1979). Algumas estimativas dizem que o número ultrapassa as 100 mil pessoas. Muitos ugandenses acusavam o ex-campeão de box de manter cabeças decepadas em uma geladeira, de alimentar crocodilos com cadáveres e de ter desmembrado uma de suas esposas. Alguns diziam que ele praticava canibalismo. Rompeu relações diplomáticas com Israel e ordena a expulsão de 90 mil asiáticos, a maioria comerciantes indianos e paquistaneses, e de vários judeus (1972). Foi recebido (1975) pelo papa João Paulo VI como chefe em exercício da Organização da Unidade Africana. Foi notícia internacional (1976) quando, depois do seqüestro de um avião da Air France por um comando palestino, uma força aérea israelense atacou o aeroporto de Entebbe, a 37 km de Campala, libertando todos reféns são libertados. O ataque deixou 31 mortos, entre eles 20 ugandenses, uma intervenção que foi encarada como uma humilhação pessoal. Rompeu (1976) relações diplomáticas com o Reino Unido e, dois anos depois.fracassou um atentado contra ele nos subúrbios de Campala. Exilado na Tanzânia o líder por ele derrubado Milton Obote convocou um levante (1979) e, no dia 11 de abril, o ditador foi derrubado pela Frente Nacional de Libertação de Uganda (FNLU), pelas forças do presidente da Tanzânia, Julius Nyerere, e de exilados ugandenses, e um novo regime, dirigido por Yusuf Lule, chefe do FNLU, também seria destituído no dia 20 de junho por Godfrey Binaisa.


Abandonou então o país e fugiu para a Líbia, mas teve de buscar um novo refúgio quando o ditador líbio Muammar Gaddafi o expulsou do país. Recebeu asilo da Arábia Saudita em nome da caridade islâmica, onde passou a viver até o fim de sua vida, aconhado por suas quatro esposas e seus mais de 50 filhos. Quando seu estado de saúde agravou-se, em julho, uma de suas quatro mulheres pediu que pudesse voltar a Uganda para morrer, mas o atual governo negou o pedido, sob o argumento que se retornasse ao país seria julgado por seus atrocidades. Gravemente doente foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo e morreu no Hospital Especialista Rei Faisal, em Jeddah, Arábia Saudita, de complicações devido à falência múltipla de órgãos. Foi enterrado na cidade saudita de Jeddah, onde ele vivia na maior parte do tempo desde que foi deposto (1979) em um pequeno funeral na Arábia Saudita, horas depois de sua morte no sábado, 16 de agosto. Os ugandenses reagiram com uma mistura de alívio com a morte de um tirano e nostalgia por um líder que muitos aplaudiram por expulsar asiáticos que dominavam a vida econômica.
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quinta-feira, fevereiro 15, 2007

A ancestralidade de Whoopy Goldberg está na Guiné Bissau.




As análises de DNA realizadas pelo laboratório “African Ancestor”, especialista em afro-americanos, no campo da genealogia e da genética, provou as origens guineenses da atriz. Seus ancestrais vieram de Ome, a 45 Km de Bissau; e ela pertence ao grupo Papel e Bayote. Quando os jornalistas da Associated Press, que têm posto em Ome, mostraram uma fato da atriz a Iye Faustino, um morador da região, de 28 anos, ele assegurou aos jornalistas que “esta mulher deve ser papel. As formas de sua boca e de seu nariz lembram muito os nossos”...........Whoopy Goldberg não é a única a recorrer à genética para reencontrar suas raízes. Este método é usado cada dia mais. Graças às pesquisas levadas a cabo durante 20 anos sobre a descrição do genoma humano, é muito possível reconstituir a história de famílias, não mais pelos arquivos do estado, mas decifrando os cromossomos. Depois de cinco anos, as dezenas de laboratórios nos Estados Unidos e na Grã Bretanha, como “Family Tree DNA”, em Houston e “Oxford Ancestry”, em Cambridge, se lançaram nesse trabalho.íntegra, em francês: http://www.afrik.com/article11173.html