segunda-feira, outubro 10, 2016

Raízes, o seriado está de volta!


Quando eu era criança fiquei impressionado com um seriado exibido pela TV Globo, na década de 1980, sobre a saga de um jovem escravizado na África e a luta de seus descendentes nos Estados Unidos. A cena que mais me marcou foi quando Kunta Kinte tem um dos pés cortado pela metade, em punição por fugir da senzala.
Na próxima semana, a partir do dia 17, o canal por assinatura History vai exibir uma refilmagem com mais detalhes do livro escrito por Alex Haley, o mesmo autor da biografia de Malcolm X. A série original recebeu 36 indicações para o Prêmio Emmy, dos quais conquistou nove, além de vencer um Globo de Ouro.
Esta nova versão de Raízes tem produção executiva de Will Packer (Policial em Apuros), Mark Wolper (filho do produtor da série original) e o ganhador de diversos prêmios Emmy LeVar Burton, que além de ser coprodutor, fez parte do elenco original, no núcleo de Kunta Kinte.
No elenco, Laurence Fishburne (ganhador de um Emmy por Tribeca) no papel de Alex Haley; Forrest Whitaker(Oscar de Melhor Ator por O Último Reino da Escócia) como Fiddler, um escravo que tenta guiar Kunta Kinte e arrisca sua vida para ajudá-lo a escapar; Anna Paquin (Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por O Piano e Globo de Ouro de Melhor Atriz por True Blood) no papel de Nancy Holt, a esposa de um oficial com um jeito peculiar em relação ao tratamento dos escravos; e o ator Jonathan Rhys Meyers (Ponto Final: Match Point, The Tudors e Globo de Ouro de Melhor Ator por Elvis) no papel de Tom Lea, um senhor de escravos rude.
Destaque também para Anika Noni Rose (premio Tony por DreamGirls, e reconhecida por seu protagonismo em The Good Wife e A Princesa e o Sapo) como Kizzy, a inteligente filha de Kunta Kinte e que mantém o orgulho da família e o espírito guerreiro; Chad L. Coleman (The Walking Dead, The Wire) interpreta Mingo, uma escrava que trabalha na plantação de Lea; e Erica Tazel (Justified) como Matilda, filha de um pregador religioso e objeto do amor de Chicken George.

A nova versão, original e contemporânea, incorporou mais material do romance de Haley e teve uma extensa e cuidadosa pesquisa. Com a ideia de utilizar essa poderosa história para incentivar o debate e o conhecimento sobre esta temática importante que faz parte da cultura americana, foi realizado um trabalho com historiadores especialistas em História Africana e Afroamericana e com líderes no assunto de todo o país

Kunta Kinte – A história começa com o nascimento de Kunta na vila de Juffure, em Gâmbia, na África Ocidental, em 1750. Ele é o mais velho dos quatro filhos de Omoro Kinte e Binta Kebba, da tribo mandinga.
Um dia, em 1767, quando o jovem Kunta Kinte deixa a sua aldeia para procurar madeira para fazer um tambor, que daria de presente ao seu irmão caçula, quatro homens o cercam e o levam cativo.
Kunta desperta com os olhos vendados, amordaçado e amarrado, prisioneiro de um caçador de escravos, Garderner, a serviço dos traficantes Slater e Davis.
Haley descreve como eles o humilharam deixando-o nu, sondando-o em todos os orifícios, e marcando-o com um ferro quente. Ele, e outros 169 pessoas, são colocados em um navio negreiro para a viagem de três meses para a América do Norte.
Chegando em Annápolis, Maryland, ele é vendido para John Waller e tem o nome mudado para Toby. Como castigo por três fugas, a metade de seu pé direito é amputada. Kunta é então vendido para William Waller, tornando-se jardineiro e cocheiro.
A aversão inicial que os outros escravos sentiam por ele, eventualmente, se transforma em admiração, por sua capacidade de mascarar os seus verdadeiros sentimentos e de resistir às exigências cruéis dos senhores de escravos.

Kunta Kinte, a contragosto, aceita a sua condição e se casa com Bell, uma escrava de serviços domésticos, com quem tem uma filha chamada Kizzy.
Kunta Kinte ensina Kizzy a língua e a cultura mandinga, um legado transmitido através das gerações até que Haley ouve de uma criança dos seus parentes. No final do drama vemos Kunta Kinte de luto por sua filha, depois que ela é vendida por ajudar na fuga do seu amado.
Kunta Kinte é retratado de forma heróica, inteligente, talentosa, introspectivo, e corajoso, um guerreiro mandinka que nunca abandona a sua fé muçulmana.

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