John Legend
Blog criado maio de 2005 para divulgação da História Antiga e Contemporânea do Povo Negro.
quarta-feira, janeiro 31, 2007
John legend
John Legend
terça-feira, janeiro 30, 2007
Barack Obama – O 1º presidente negro dos EUA?
Obama nasceu no dia 4 de agosto de 1961, no Havaí, em Keyne, filho de um diplomata. Freqüentou os melhores colégios, sempre vivendo em várias partes do mundo por causa da profissão do pai. Destacou-se politicamente como um advogado defensor de causas humanitárias e pelos direitos civis, especialista em direito constitucional, formado por Harvard. É extremamente querido pela mídia.
Mas enfrentará Hilary Clinton, que dizem alguns analistas, é mais forte e implacável que o ex-presidente Bill Clinton, entretanto carecendo de carisma político. Além disto, ela tem um forte poderio econômico de grupos financeiros interessados na volta do esquema dos oitos anos Clinton, de extremo desenvolvimento econômico.
Para nós, negros brasileiros, a eleição de Obama mudará pouco nossas vidas. Nem acredito que a eleição de um presidente afro-brasileiros seria a solução para eliminação das desigualdades raciais no país. O problema é muito mais profundo, e necessita que um programa nacional sério, de longo prazo, para que tenhamos no futuro negros e brancos no mesmo patamar social.
Entretanto, se o senador Obama vencer as primárias do Partido Democrata e passar o candidato dos Republicanos, que pode ser a também negra Condolezza Rice, tornará um ícone mundial. Será o presidente do país mais poderoso do mundo, inspirando que jovens negros em todo o mundo sonhem em alçar maiores vôos. Também será um recado para os políticos brasileiros, que em geral, sem exceção mantém em suas presidências e direções uma só etnia.É incrível, o Brasil não tenha vergonha de se olhar no espelho e achar normal, que sejam raros os prefeitos, governadores, senadores e deputados negros.
terça-feira, janeiro 16, 2007
TUPAC SHAKUR
Acho que eu era viciado em fazer coisas erradas
Em algum lugar perdido da minha infância meu coração morreu
E mesmo que nós dois tenhamos nascido no mesmo lugar
O dinheiro e a fama nos fizeram mudar de lugar
Como isso pode acontecer, por toda a miséria
Que tivemos que passar
Os tempos dificeis
fazem um verdadeiro amigo ficar receoso de vir até você
Pedir por dinheiro
Você pode vir até mim quando precisar
Nunca vou deixar alguém acreditar nessa merda que nós vemos
Isto é uma coisa pequena de verdade
O que eu posso fazer? Amigos de verdades ajudam você a enfrentar os problemas
E se houver novidades ele vai fazer o mesmo se ele puder
Porque no gueto os amigos de verdade ajudam você a se sentir bem
Tempos bons eram aqueles que nós zuavamos pra caramba, chama a policia
Acabando com a paz que estava na minha quebrada
Isto nunca vai acabar, quando minha mãe me perguntava se eu ia mudar
Eu dizia pra ela que sim mas é óbvio que eu vou ser sempre o mesmo
Até o fim dos tempos
Troque essas asas quebradas
Eu preciso de sua ajuda aqui para me curar mais uma vez
Até o fim dos tempos
Então eu poderei voar
Até o fim dos tempos
Até o fim dos tempos
Até o fim dos tempos
Por favor Senhor me perdoe por essa minha vida de pecados
Meu olhar de mau parece que assusta todos os meus sobrinhos
Porque você sabe, eu não fico muito tempo em casa
Toda noite saindo pra ganhar dinheiro me fez perder o contato, droga
Não dou um sorriso faz um tempo
Um nascimento inesperado é o pior para as crianças do gueto
Minhas atitudes me deixaram andando sozinho
Dando rolê sozinho no meu Lowrider
Vendo o mundo todo em câmera lenta
As vezes sumia para ficar ouvindo o oceano
Fumando uns Newports ficava pensando e depois voltava pra minha vida
Em quem eu posso confiar nesse mundo frio
O pilantra do meu mano teve um filho com minha ex-mina
Mas não fiquei injuriado
Eu sou um jogador, eu não matei ele
Eu comi a irmã dele, fiz ela gemer como uma mexicana
Sua parente mesmo
Sem remorsos, isto tinha que acontecer
Depois de rimar a unica coisa que eu era bom era numa transa
Até o fim dos tempos
Ha ha
Agora quem tem o dom de dizer que eu estava certo ou errado
Em viver minha vida como um fora da lei solitário
Continuei forte neste mundo cheio de invejosos
Só ficam falando mas na Death Row tá cheio de exemplos
E no fim de tudo bebendo Hennessey, todos os meus inimigos com inveja de mim
Eles somem quando eu rimo esclarecendo facilmente as coisas
Eles caem de joelhos, e imploram pelo seu direito de respirar
Enquanto me implorar para manter a paz
Ha ha
Bem, acho que isto está perto de acontecer
Em tempos de perigo não trema, é hora de ser um homem
Siga meus ensinamentos, eu lhe darei tudo oque você precisar
Um pouco de habilidade e uns treinamentos para ser um gangsta
Lembre de mim como um fora da lei filho da mãe
Outro album meu saindo, é só pra isso que eu vivo
Cada vez mais louco até eu ver o meu caixão
Enterrado como um gangsta enquanto o mundo todo se lembra de mim
Até o fim dos tempos
[Refrão] 2x
E um anjo desde do céu e me leva
Lembrem se de mim
E meu filho está só agora
Até o fim dos tempos
Até o fim dos tempos
Talvez esse seja o bandido em mim...
"O tempo em breve mostrará, um pensamento pode durar por anos"
Natural de Bronx, New York, Tupac Amaru Shakur nasceu em 1971, com o nome de Lesanne Crooks. O significado do nome pelo qual o conhecemos é especial. Tupac Amaru é um nome inca que traduz serpente resplandecente e Shakur é um nome egípcio que se traduz por grato a Deus.
Em 1981, a família de Tupac mudou-se para Baltimore, para que este frequentasse o Liceu de Artes da dita cidade. É nesta fase que Tupac escreve o seu primeiro rap, então, sob o nome de MC New York.
Mais tarde, em Junho de 1988, a sua família muda-se para Marin City, uma cidade vizinha de Oakland, na California. Aqui, Tupac envolve-se com verdadeiros marginais e começa a vender droga. Em Agosto do mesmo ano, o padrasto de Tupac, Mutulu Shakur, é preso e sentenciado a 60 anos de cadeia devido a um crime alegadamente cometido pelo mesmo em 1981.
Em 1990, Tupac junta-se ao grupo Digital Underground, desempenhando um papel de rapper e dançarino. Em 1991 e enquanto membro deste grupo que foi nomeado pela Academia dos Grammys, ele destaca-se na música Same Song do álbum This Is Na Ep Release e no álbum Sons Of The P.
Nesse mesmo ano, o rapper alcançou reconhecimento individual com o álbum 2Pacalypse Now, do qual resultaram os singles bem sucedidos, Trapped e Brenda´s Got A Baby. A polémica em redor deste álbum que falava de polícias sendo assassinados, trouxe a 2Pac alguma popularidade e o rótulo de rapper marginal e socialmente incorrecto começava a ser definido em Tupac.
No ano seguinte, Tupac participa no filme de Earnest Dickerson, Juice. Em 1993, é lançado o segundo álbum a solo do rapper, intitulado de Strictly 4 My N.I.G.G.A.Z., este com uma aceitação ainda mais forte que resultou num enorme número de cópias vendidas. Note-se que houve sempre uma tendência em duplicar o número de vendas dos álbuns de 2Pac de álbum para álbum até o All Eyez On Me. Strictly 4 My N.I.G.G.A.Z. produziu os singles, I Get Around, Keep Ya Head Up e Papa´z Song. Nesse mesmo ano contracenou com Janet Jackson no filme Poetic Justice.Em 1994, Tupac apareceu associado ao grupo Thug Life na banda sonora do filme protagonizado por ele próprio, Above The Rim e no próprio álbum do grupo, Volume 1.
Durante uma rixa perto dos estúdios de gravação em New York, Tupac é baleado cinco vezes, tendo sido disparados dois tiros na cabeça. Miraculosamente o rapper sobreviveu, tendo atribuído as culpas do incidente ao seu amigo de longa data Christopher Wallace (The Notorious B.I.G.). Contudo nunca houveram provas incriminatórias para o sucedido, embora que para Tupac a situação estava esclarecida, Biggie Smalls teria organizado o atentado.
E assim começou um dos maiores ódios de sempre senão mesmo o maior, da história do hip-hop. Nesse mesmo ano, o rapper foi acusado de abuso sexual a uma mulher. Julgado em Fevereiro de 1995, é condenado a quatro anos e meio de prisão.
Com o lançamento do multi-platinado Me Against The World, 2Pac torna-se no primeiro artista a atingir o número 1 do top de vendas da Billboard enquanto está preso (!). Este album produziu entre outros, um dos singles de mais sucesso do rapper de sempre, Dear Mama, música que aliás valeu a 2Pac um Grammy.
Tupac viveu dias difíceis na cadeia. Enquanto esteve lá demonstrou estar cansado da vida que levara... Thug Life to me is dead. If it´s real, let somebody else represent it, because i´m tired of it....
Tupac passsou oito meses na cadeia e em Outubro de 1995 é libertado ao ter assinado um contrato com a produtora Death Row Records, contrato esse que obrigava o rapper a produzir pelo menos três álbuns para a produtora. Foi a única solução que o rapper teve para sair da prisão. Junta-se então a outros grandes nomes do panorama do hip-hop como Snoop Doggy Dogg e Dr. Dre.
E é num novo ambiente, benefeciando do estilo de produção californiano, que em 1996 é lançado o álbum mais vendido de sempre da história do hip-hop, All Eyez On Me, também o primeiro CD duplo de hip-hop de sempre.
Prestes actualmente a alcançar o disco de diamante (10x platina!), este álbum é um marco e um must-have do estilo. Oficialmente reconhecidos como singles estão as músicas: How Do U Want It, 2 Of Amerikaz Most Wanted, I Ain´t Mad At Cha e California Love. Este último, um dueto com Dr. Dre é talvez a música que vendeu mais até hoje de hip-hop. No single da musica How Do U Want It vinha incluído outro single, Hit Em Up. Esta música fez o conflito West/East Coast chegar ao seu pico máximo, pois o rapper pode-se dizer que escangalhou por completo todos os seus inimigos nova-iorquinos! O clima de tensão era evidente e para qualquer evento, Tupac não saía desprovido de guarda-costas e um colete anti-balas.
Por um motivo que permanece misterioso, na noite de 7 de Setembro de 1996, ocasião de um combate de boxe entre Mike Tyson e Bruce Seldon, o rapper não levou o colete como habitualmente. Nessa noite e após o combate, quando o rapper saía no carro com Suge Knight, presidente da Death Row, foram disparados 13 tiros ao carro. 4 atingiram o rapper e um raspou o seu chefe. Após ter estado 7 dias em coma, a 13 de Setembro de 1996, Tupac Amaru Shakur falece. Nesse mesmo dia, é lançado o video clip da música I Ain´t Mad At Cha onde o rapper desempenha o papel de alguém que morre. Foi isto que fez precipitar o aparecimento das teorias que dizem que o rapper se encontra vivo e apenas falseou a sua morte para fugir à fama e ao perigo. De facto, o descrito anteriormente trata-se de depoimentos de escassas testemunhas, que até se contradizem... (para mais detalhe, ver Teorias) Em Novembro desse mesmo ano é lançado mais um álbum de 2Pac, sob o nome de Makaveli, The 7th Day Theory.
Este álbum não diminui a qualidade estabelecida pelo rapper, tendo sido produzidos os singles Toss It Up, To Live & Die In L.A. e Hail Mary. No ano seguinte, para além de mais seis músicas resultantes das bandas sonoras dos filmes protagonizados por Shakur, Gang Related e Gridlock´d, é lançado mais um álbum do rapper, de nome R U Still Down, um duplo CD do qual se destaca o single de ouro Do For Love, entre outras músicas alegadamente gravadas pelo rapper num período antecedente ao da Death Row como produtora. É revelado pelas entidades do rapper que se encontram 700 músicas deixadas por 2Pac. A notícia amenizou um pouco as teorias sobre o rapper está vivo, mas não o sufeciente...
Em 1998, mais um CD é lançado, uma compilação dos melhore êxitos de 2Pac, Greatest Hits, onde são incluídos alguns temas inéditos, entre os quais o single "Changes se destaca por ter sido um número 1 em todo o mundo. No final do ano seguinte (1999) é lançado mais um álbum de temas inéditos de 2Pac com o seu grupo The Outlawz. Still I Rise é o nono álbum de 2Pac e mais um com a qualidade que habituou o público ouvinte. Baby Don´t Cry (Keep Ya Head Up II) foi single.
O ano de 2000 trouxe aos fãs de 2Pac um tributo, The Rose That Grew From Concrete, que consistia em poemas do livro do rapper com o mesmo nome, interpretados por artistas conceituados de música negra. Um gesto que o rapper merecia... Resta dizer que está confirmado o lançamento do álbum Until The End Of Time,o décimo do rapper (mais!) um duplo CD...
Vivo ou morto, Tupac é um ícone do rap e a sua mais distinta personalidade, um poeta dedicado, um homem com coragem para falar por muita gente oprimida por esse mundo fora e com sensibilidade para definir sentimentos.
Texto retirado de http://thuglove.br.tripod.com/tupac/id12.html
Oh, Eu me sinto bem, eu sabia que me sentiria
Eu me sinto bem, sabia que me sentiria
Tão bem, tão bem, por ter você
Oh, Eu me sinto bem, como açucar e tempeiro
Eu me sinto bem, como açucar e tempeiro
Tão bem, tão bem, porque tenho você
Quando te tenho em meus braços
Sei que não posso fazer nada de errado
E quando te tenho em meus braços
O meu amor não te fará mal algum
E eu me sinto bem, como açucar e tempeiro
Eu me sinto bem, como açucar e tempeiro
Tão bem, tão bem, por que eu tenho você
Quando te tenho em meus braços
Sei que não posso fazer nada de errado
E quando te tenho em meus braços
O meu amor não te fará mal algum
E eu me sinto bem, como açucar e tempeiro
Eu me sinto bem, como açucar e tempeiro
Tão bem, tão bem, Bem, porque eu tenho você
Oh, eu me sinto bem, eu sabia que me sentiria
Eu me sinto bem, eu sabia que me sentiria
Tão bem, tão bem, porque eu tenho você
Tão bem, tão bem, porque eu tenho você
Tão bem, tão bem, porque eu tenho você
Ei, oh, sim
James Joseph Brown Jr. (Barnwell, 3 de Maio de 1933 — Atlanta, 25 de Dezembro de 2006) foi um cantor, compositor e produtor musical norte-americano reconhecido como uma das figuras mais influentes do século XX na música.
Nascido na Carolina do Sul, foi um prolífico letrista e produtor musical, foi o principal impulsionador da evolução do gospel e do rhythm and blues para o soul e o funk, sendo a invenção deste último gênero creditada a ele. Também deixou sua marca em outros gêneros musicais, incluindo rock, jazz, reggae, disco, no hip-hop e na música dançante e eletrônica em geral.
Foi abandonado aos 4 anos por seus pais e deixado aos cuidados de parentes e amigos. Cresceu nas ruas de Augusta (Geórgia), onde cantava e dançava para pagar por sua vaga no quarto de um bordel.[1]
Aos 16 anos, passou três anos em um reformatório por roubar carros.
Durante os anos 60, lançou canções tais como "Papa's Got a Brand New Bag", "I Got You (I Feel Good)", "Get Up (I Feel Like Being a Sex Machine)" e "I'm Black and I'm Proud".
Em 1988, foi condenado a seis anos por posse de drogas e armas.
Sua carreira de músico profissional iniciou-se em 1953, atingindo a fama no fim da década de 1950 e início da de 1960, graças à força de suas performances ao vivo e a uma seqüência de grandes sucessos. Apesar de numerosos problemas pessoais e alguns insucessos, ele continuou a produzir sucessos nas duas décadas seguintes. Nas décadas de 1960 e 1970, Brown era uma presença em assuntos políticos norte-americanos, especialmente no ativismo em favor dos negros e dos pobres.
James Brown morreu aos 73 anos em 25 de dezembro de 2006, em Atlanta, Geógia, EUA, após internação devido a severa pneumonia[2].
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
sexta-feira, janeiro 12, 2007
A Grande Virada!
Apaixonado pelo cinema, tem um filme que recomendo neste final de ano para assistir com a família: Jerry Maguire – A Grande Virada. A história é simples e objetiva: um agente de atletas, acorda com a consciência da porcaria de profissional que é por estar explorando as pessoas, em nome dos lucros. E ele toma a atitude, que pouca gente tem coragem hoje em dia: falar a verdade e propor mudanças no trabalho e na forma de tratar as pessoas. Mas como a vida não é um conto de fadas, ele acaba ganhando de premio um grande pé na bunda, do patrão, dos clientes e até da namorada.
E ele acaba ficando com apenas um jogador de futebol americano, problemático, mas bem engraçado o Rod Tidwell, interpretado por Cuba Gooding Jr, além do apoio de sua única funcionária, a mãe solteira Dorothy Boyd (atriz Renée Zellweger). O Jerry Maguire é vivido pelo sempre canastrão Tom Cruise – incrível como ele consegue fazer sempre a mesma cara em todos os filmes. Mas nesta história ele até convence.
Entre algumas cenas há um senhor fazendo uma espécie de palestras motivacional, do estilo Lair Ribeiro e coisa do tipo. Apesar de parecer chato, é até legal. As dicas são excelentes. O final, todo mundo sabe: o bem vence o mal.
Mas a vida podia ser bem melhor e será, como cantava Gonzaguinha, se tivermos atitudes para mudá-la. Mesmo que custem às vezes as nossas boas vidas acomodadas. Várias vezes na minha vida eu passei por situações onde a postura correta, me custou emprego, cargo e a paz. Mas apesar do furacão, descubro depois, que fiz o melhor. E quando caímos em desgraça, ladeira abaixo, nem sempre contamos com apoio de esposa, namorada ou coisa similar. É incrível, como na descida ao inferno pessoal, ninguém nos acompanha. Mas ai é hora de avaliar: se tudo que perdeu, era teu mesmo, ou a tempestade só levou sujeira?
É necessários, termos coragem de nos testarmos como JÓ na Bíblia. Submetido a todas as provas possíveis. Se perdermos casa, família, poder e a forma da vida que temos: nos manteremos íntegros?
Pixinguinha, o carinhoso
“Meu coração
Não sei porque
Bate feliz, quando te vê”.
Faça o teste: se você leitor passar por qualquer lugar de Bebedouro e começar a cantarolar as letras de Carinhoso com certeza, será acompanhado imediatamente por outras pessoas. É sem dúvida a canção mais conhecida deste país e que sobrevive a 90 anos. Foi composta em chorinho aos 20 anos por Alfredo da Rocha Vianna Filho – o Pixinguinha e depois letrada por João de Barros. Pergunto a vocês, qual musica sobreviveu a tanto tempo?
Já escrevi aqui sobre ele, mas não canso de lembrar: Pixinguinha foi um dos maiores músicos do país. Não foi o mais rico, pois semelhante ao jogador Garrincha, fazia o que gostava por prazer, e não possuía preocupação com contratos e ganhos. O apelido surgiu da união dos termos Pizindim, dado pela avó Edwirges, que em africano banto, quer dizer – menino bom, e Bexiguinha, ganhado por causa das marcas da varíola que lhe acometeu na infância.
O pai, Seo Alfredo, era flautista, mas queria que o filho tocasse bandolim ou cavaquinho. Até enfiou o moleque em aulas, mas ele imitava o pai, assobiando em folhas, até que foi do clarinete a flauta. Aos 14 anos foi contratado para se apresentar no Conjunto da Concha, numa casa de chope. Em 1911, gravou sua primeira música, o chorinho – Lata de Leite - em um disco de altas rotações. Aos 20 anos forma com Nelson Cavaquinho e Donga – os Batutas, que obteve tanto sucesso que chegaram a excursionar por Paris.
Aos 29 anos torna-se maestro e conhece o amor de sua vida, Albertina de Sousa, atriz de teatro de revista. Entretanto aos 35 anos, derrubado pelo vicio do álcool, abandona a flauta, impossibilitado fisicamente de tocar, para optar pelo saxofone. Seus grandes sócios de copo eram Donga e o compositor João da Baiana. O alcoolismo rendeu até uma musica: Briguei com Virginia – marca de uma pinga.
Ele ainda compôs muito, sendo prestigiado por Tom Jobim, Chico Buarque e teve inclusive homenageado em vida quando o prefeito do Rio de Janeiro, Negrão de Lima, deu a uma rua seu nome. Às dezesseis horas e 30 minutos no dia 17 de fevereiro de 1973, num dia de carnaval. Inclusive em sua reverencia, os blocos pararam em um minuto de silencio.
E agora me pergunto: das que todos escutam nas emissoras de rádio, qual atravessará o século XXI e chegará popular daqui a 90 anos? Há algum Pixinguinha entre nós? Não se apresse neste julgamento. Apenas curta os versos. Se estiver apaixonado, melhor:
“Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz”.
segunda-feira, janeiro 08, 2007
Composição: Chico Buarque
Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aíOlha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega suado e veloz do batente
Não sou um grande pai, pois confesso, isto não é fácil, mas estou no aprendizado.
Mas tenho certeza que daqui uns anos, quando adulto, meu filho se orgulhara do pai que tem.
Se luto hoje, também é por ele.
Quem sabe não conseguirei ajudar a criar uma realidade racial melhor para que o Junior
Não tenha que travar as mesma lutas que hoje participo.
Que ele faça outras lutas, que o mundo também precisa.