quinta-feira, outubro 06, 2005

DIA 11 DE OUTUBRO – DIA DE CARTOLA


Nunca é tarde para começar. Assim foi com Agenor de Oliveira. Por esse nome ninguém vai saber quem é, mas o apelido Cartola, é símbolo do samba autentico e de raiz. Morreu no dia 30 de novembro de 1980, beneficiando-se pouco de seu sucesso, mas subiu aos céus, com o sentimento de ter conseguido fazer pelo menos um pouco de que tanto sonhou.
Cartola era filho de Ana Gomes de Oliveira e Sebastião Joaquim de Oliveira, nascendo no bairro do Catete – classe media baixa do Rio de Janeiro. Aos 11 anos, ele e sua família vão morar, por problemas financeiros no local que iria marcar sua vida artística: o Morro de Mangueira, especificamente no Buraco Quente.
Em Mangueira, o menino Agenor, começa a ter amizade com as crianças do local e freqüentar as festas. Seu pai o repreende, o que geram muitas brigas. Mas aos 14 anos presencia seu Sebastião deixa o Morro e a morte por doença de Dona Ana – sua mãe.
Mas a vida segue, e já adolescente, entrar no Mercado de Trabalho como ajudante de pedreiro. E nesse trabalho um truque lhe cria um apelido: usa um chapéu coco para evitar que o cal ou cimento caiam sobre a cabeça e os olhos. Os companheiros de trabalho acham a atitude irreverente e apelidam o jovem de “Cartola”, um tipo bacana. E o nome ficou. Além disso, se vestia de forma elegante, mesmo no cotidiano.
Assim como trabalha arduamente durante o dia, a noite freqüenta as rodas de samba e passa a compor. Não demora a juntar-se com outros sambistas e fundam na comunidade uma escola de samba – o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, com as cores: verde e rosa. Cartola torna-se o diretor de Harmonia da escola.

No morro, suas composições tinham como ouvintes garantidos Villa Lobos e Stokowsky e outros que assim conheceram o samba.
Viúvo da primeira mulher casa-se depois com aquela que viria a ser sua grande companheira, Euzebia da Silva Oliveira – Dona Zica. Inclusive conta a lenda teve compôs a letra de Tive Sim – para responder aos insistentes questionamentos da esposa sobre seu primeiro amor. Os dois chegam inclusive a abrir um Bar, que se tornou local de encontro no Morro da Mangueira de compositores – o Zicartola.
Mas sua notoriedade só acontece quando é descoberto pelo jornalista Stanislaw Ponte Preta, como lavador de carros em Ipanema, e que após uma reportagem, redescobre o sambista e consegue assim, lhe dar a chance tardia de gravar suas composições. Mas desse período de sucesso, pode curtir pouco, pois sua saúde já está fragilizada e morre em novembro de 1980.
De sua cabeça saíram letras de As Rosas não Falam, Cordas de Aço e O Mundo é um Moinho.

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