Filho de uma quitandeira com um padre, ele nasceu no dia 8 de outubro de 1853, o farmacêutico, jornalista e abolicionista José Carlos do Patrocínio. O nome de sua mãe era Justina Maria do Espírito Santo, que era uma negra livre. Seu pai era o sacerdote João Carlos Monteiro.
Patrocínio teve uma infância sem muitas privações, com diversas experiências de racismo. Co muito esforço ele se formou em Farmácia, o que possibilitou que conseguisse emprego como funcionário no Hospital de Misericórdia do Rio de Janeiro.
Mas a vivencia com personalidades progressistas na capital do Império, fez com que se se torna um apaixonado pela polemica e logo se engaja na luta pela abolição da escravatura. Sozinho funda um jornal abolicionista – a Gazeta da Tarde. Por sua atuação era apelidado de Tigre da Abolição.
José do Patrocínio foi um dos maiores articuladores do Movimento contra a Escravidão, criando inclusive a Confederação Abolicionista. Mas era muito criticado por republicanos por ser monarquista e reverenciar a família imperial pela assinatura da lei Áurea é muito hostilizado.
A proclamação da abolição da escravidão em 1884, no estado do Ceará, é creditada a sua interferência e campanha política lá realizada. Também lá teria tomado inspiração e dados para escrever suas futuras obras.
Seu, sogro, Emiliano Rosa de Senna também colaborou com a Abolição, quando fundou, no Rio de Janeiro, o Clube José do Patrocínio, destinada à participação feminina na campanha. As primeiras sociais foram Virginia Villa-Nova, Adelina dos Santos, e Henriqueta Senna, a Bibi – esposa de José do Patrocínio. A entidade teve vida curta, mas forte participação. Sua executiva era formada por Eponina Senna, Cacilda de Souza e Rosalina Senna.
No dia 13 de maio de 1888, um domingo, José do Patrocínio, foi um das pessoas, juntamente com Joaquim Nabuco e André Rebouças, que levou às mãos da princesa regente Isabel, a lei Áurea, para que fosse sancionada e assinada. No ato, conta alguns biógrafos, que ele chorou.
Naquele dia, em conversas com amigos, ele dizia que poderia morrer em paz com sua consciência, mas os amigos imaginavam que no futuro seu enterro, seria acompanhado por imensa multidão, sendo aclamado como verdadeiro herói.
Patrocínio formou em 28 de setembro de 1888 a Guarda Negra, movimento paramilitar, composto por negros, que tinha passagem pelo Exercito e com habilidade em capoeira. O objetivo dele era demonstrar gratidão a família real pela abolição e intimidarem republicanos e tumultuar os comícios.
A ação da Guarda negra travava batalhas com os partidários do fim da Republica, sendo classificados como terroristas. Antonio Jardim, advogado abolicionista, chega a realizar suas palestras e comícios em posse de um revolver, atento a ação dos capoeiristas da Guarda Negra.
Também é admirado por sua obra literária, que publicou os livros Mota Coqueiro, Pedro Espanhol e Os Retirantes. E também foi integrante da Academia Brasileira de Letras.
Morre pobre em 1905. Com o fim da monarquia seus adversários republicanos fecham oportunidades, levando a penúria o jornalista. Deixou viúva Maria Henriqueta de Sena Patrocínio, tratada carinhosamente de Bibi; e os filhos Marieta, Maceu, Job e José Carlos do Patrocínio Filho.
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