domingo, fevereiro 14, 2010

Sara Tavares


Numa procura por informações na internet, esbarrei num clip de Sara Tavares, cantora portuguesa de ascendência cabo verdiana. Para quem ainda não conhece, a cantora é uma delícia sonora. Quem gosta de Cesária Evora já vai gostar muito desta cantora. Ela explodiu no cenário português em 1996, após participação no Festival RTP da Canção, em 1996. Foi a primeira colocada.
No Brasil, seu trabalho ficou conhecido pela inclusão da faixa "Eu Sei" na trilha sonora da novela "A Padroeira", da Rede Globo de Televisão. Mas ela já tem ligação com o país, antes, ao gravar Minha Mãe Estrela, canção de Ivan Lins.
É uma grata surpresa ouvir o timbre da voz dela, com um repertorio, com muito da cultura africana, sobrevivente em Portugal, principalmente nos emigrantes dos países de língua portuguesa.

Mais e melhores blues – bom de assistir e ouvir



Para quem acha Ray, o filme da biografia de Ray Charles, sensacional, não pode deixar de assistir um dos mais melhores do gênero: Mais e Melhores Blues. Dirigido pro Spike Lee, impossível não ficar encantado do começo ao fim.
Diferente da maioria dos outros filmes do cineasta, este roteiro discute em primeiro plano as questões raciais. O maior personagem é a música e como ela conduz esta história de ascenção, queda e ressurreição da carreira de um instrumentista, Denzel Washington.
Lançado em 1990, foi injustamente ignorado por Hollywood. Nos dias de hoje, ganharia estatuetas do Oscar facilmente. Trilha sonora, fotografia,edição e roteiro estão muito bons. Inclusive para os padrões atuais.
Vale a pena comprar o DVD: tem ainda Rubens Blades, Samuel Jakcson (numa ponta) Wesley Snipes, antes de se tornar um ator de filme de ação e o sempre competente John Torturro. Para quem gosta de jazz, vai ficar fascinado e terminará nos créditos dizendo, “por que não fazem mais filmes assim?”

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Os pretos sertanejos


Todo mundo recorda facilmente das duplas Tonico e Tinoco, Tião Carreiro e Pardinho, Milionário e Zé Rico, mas poucos fazem justiça aos irmãos José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca e Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho (Uberlândia 1942), a mais famosa dupla sertaneja feita apenas por negros.

Segundo relata o Dicionário de Música Sertaneja, a historia dos irmãos começou na roça onde trabalhavam junto com o pai, a mãe e mais cinco irmãos. José Ramiro era bom de viola e Ranulfo bom na voz. Para começar na vida artística, resolveram tentar a sorte em São Paulo em 1968. Em 1980 inscreveram-se no Festival MPB Shell da TV Globo, com a música Que terreiro é esse?, de Xavantinho, que foi classificada para a final. No mesmo ano, a dupla lançou o seu primeiro LP: Velha morada, com destaque para Cio da terra (Milton Nascimento e Chico Buarque) e Velha morada (Xavantinho).

O impulso na carreira veio mesmo depois de 1981, quando apareceram no programa dominical, Som Brasil, da Rede Globo apresentando por Rolando Boldrin. Chegaram a fazer excursões pelos Estados Unidos nos anos 90. Em 2000, o mundo sertanejo chorou com a morte de Xavantinho. Dez anos depois, vai Pena branca, em 2010, com um enfarte.