quinta-feira, janeiro 10, 2008

Lazaro Ramos: ator e militante



O Ceará nos deu ótimos humoristas: Renato Aragão, Chico Anísio e Tom Cavalcanti. Mas a Bahia nos dá ainda ótimos atores. Com a maioria da população negra, seria impossível impedir o surgimento de um grande ator afro-brasileiro: Lazaro Ramos.
Não falo isto por causa do personagem Evilásio, da novela Duas Caras. Ali vemos só uma das melhores atuações dele. Mas Com participações em filmes como: O Homem Que Copiava, Carandiru, Cafundó, Meu Tio Matou um Cara, Ó Pai Ó, Cidade Baixa.
Mas a melhor interpretação para mim fica para Madame Satã, homossexual, de nome João Francisco dos Santos, assíduo freqüentador do reduto da Lapa, nos anos 30, onde trabalhava muitas vezes trabalhou como segurança de casas noturnas, quando defendia prostitutas de agressão física.
Madame Satã enfrentava polícia, e por isto era frequentemente detido por desacato. Mas usava a capoeira para se defender ou lutar em favor de outras vítimas de preconceito.
Mas após várias prisões, inclusive na Ilha da Grande, morre pobre e esquecido. O filme e a interpretação de Lazaro resgataram uma figura singular na História do país.
Diferente de muitos cantores de pagode, Lázaro, sabe ganhar dinheiro com seu talento, mas também o uso para gerar mais consciência critica na população. Neste papel, ele se iguala à outros grandes atores: Milton Gonçalves, Antônio Pompeu e Toni Tornado.
De volta à Evilásio, no começo até torci o nariz para o Romeu e Julieta interracial desempenhado por Lazaro, e Débora Falabela. Mas estou surpreso com o resultado nas ruas: há uma discussão sadia sobre o amor entre brancos e negros. E até reparei que há um aumento desta mescigenação. Bom para reduzir preconceitos.
Porém, prefiro o casal da novela Cobras e Lagartos, Lazaro e Tais, pois muitos homens negros foram educados pelos meios de comunicação à não sentir atração por mulheres negras. Exemplo: famosos jogadores de futebol e pagodeiros.
Mas haverá chance para isto se repetir: o personagem de Evilásio ficará dividido entre: a linda Sheron Menezes e a bela Débora Falabella. Qual ele escolherá e por que?

3 comentários:

Cristiane A. Fetter disse...

Escolhera aquela que tocar mais seu coração.
Como todo ser humano normal escolherá aquela a quem mais amar, pois para isso cor, tamanho, nacionalidade, posição financeira, não influencia.
Abraços

Stella disse...

Oi, Marco, é a primeira vez que deixo um comentário aqui e gostei demais de ver que o seu post mais atual é sobre o Lázaro. Sou fã dele desde da época em que ele era ator só de filmes. Torço o nariz para qualquer um que se renda a fazer novelas, mas sei que o talento dele apenas melhorará o nível deste tipo de programa de entretenimento.
Quanto à questão do triângulo amoroso, infelizmente, não acompanho a novela, mas acredito que o personagem do Lázaro Ramos deva escolher aquela que, primeiro o aceitar como ele é (não apenas falando em relação a nossa cor negra, mas também a diferenças até mesmo de visões de mundo), e, segundo, ele deve sempre guiar-se pelo coração. Somente seguindo tal caminho, seja na teledramaturgia ou na vida real, as pessoas conseguirão serem felizes.

Congratulações por seu espaço! A História do povo negro em toda a sua diversidade deve sempre ser falada, discutida, rediscutida, e aplaudida, pois este país somente é o que é pelo pilar de construção e sustentação que é sua população negra e mestiçada.

Um abraço, Marco!

Groucho KCarão disse...

essa istória di qi o qi importa é o amoh, a aceitação, o caráteh, parte di ua visão idealista e irreal do amoh. é cõicidência a grande maioria dos preto e mestiço qi enriqéci qerêri se casah com ua lôra? o amoh, prà maioh parte das pessoa nace di ua anterioh atração peros caraqitere físico. e a gente é acostumado a achah os traço di orige africana e americana fei, com eceção dos cabelo liso dos americano e da bunda e dos beiço dos africano. por exemplo, no gugu, ua vez, vi ua coisa assim: "as dez negras mais lindas do brasil". fora o fato di eu teh visto muieh di pele branca por lá, percebi qi a maioria tinha ôi verde, e isso era elogiado nelas, cuma um fatoh di beleza. a gente tem di procurah é não assistih as produção dessas grande rede di telecomunicação nem do cinema holywoodiano em geral - 90% pássu um modelo di beleza euro-nipo-estadunidense, mermo nos "filmes negros". axé.