quarta-feira, setembro 21, 2016

A voz de Tim Maia

Na carteira de identidade era Sebastião Rodrigues Maia, mas por recomendação do produtor musical Carlos Imperial, adotou o apelido que o tornou ícone da soul music brasileiro, Tim Maia.
Nascido 28 de setembro de 1942, no Rio de Janeiro, ele era 18° filho do casal filho de Altivo Maia e Maria Imaculada Nogueira. Ele cresceu no Bairro da Tijuca.
Desde a adolescência já demonstrava seus talentos musicais e aos 15 anos criou seu primeiro grupo, Os Tijucanos do Ritmo, onde ele era o  percussionista. Com o tempo, aprendeu a tocar violão e deu aulas para até então desconhecida dupla de compositores e cantores Roberto Carlos e Erasmo Carlos.  A segunda banda formada por Tim foi Os Sputniks, com Roberto Carlos, Arlênio Silva, Edson Trindade e Wellington. Também tocou com Erasmo na banda Tge Snakes.

Depois que morreu seu pai, em 1959,  Tim largou tudo para arriscar a sorte nos EUA. Depois de aprender inglês, ele integrou o grupo o The Ideals, mas lá, seu aperido era Jim.  Em 1963, ele foi deportado para o Brasil após ser preso por porte de maconha.
Com o estilo musical que aprendeu nos Estados Unidos, e muita peregrinação na gravadoras, finalmente em 1968 Tim lança seu primeiro compacto solo, pela gravadora CBS.
Com a gravação de um novo trabalho, em 1969, o compacto contendo These are the Songs, canção posteriormente regravada por nada menos que a cantora Elis Regina em parceria com Tim, e What You Want to Bet, sua caminhada musical começa a se firmar. Um ano depois ele lança o primeiro vinil em formato LP, Tim Maia, pela Polygram, indicado pelo conjunto Os Mutantes, o qual alcançou durante 24 semanas o topo das paradas no Rio de Janeiro.
Nos três anos posteriores ele gravou Tim Maia volume II, Tim Maia volume III e Tim Maia volume IV, alcançando cada vez mais a fama e o sucesso, especialmente com as melodias dançantes, sem falar nas vendas de discos. Nos anos 70 ele conheceu a ideologia conhecida como Cultura Racional, comandada por Manuel Jacinto Coelho, ligado à questão da ufologia.
Seguindo esta vertente, Tim lança em 1975 os trabalhos Tim Maia Racional volumes 1 e 2, por um selo próprio intitulado Seroma, que se refere ao termo ‘amores’ e contém também o nome completo do cantor, abreviado. Neste período o artista conseguiu ficar distante de seus vícios, o que influenciou positivamente o timbre de sua voz. Assim, estes são seus trabalhos mais bem aceitos pela crítica. Posteriormente, porém, frustrado com seu guru, se afastou deste ideário e tirou os discos do circuito, o que os converteu em preciosas raridades.

Na década de 80 ele gravou os álbuns O Descobridor dos Sete Mares, de 1983; Um dia de Domingo, de 1985; e Tim Maia, de 1986, seus mais significativos trabalhos. No ano de 1988 ele conquistou o Prêmio Sharp como Melhor Cantor. Em 1992 ele agradeceu a gravação de seus hits por ícones da música brasileira gravando ‘Como uma onda’, de Lulu Santos e Nelson Motta. Nesta década ele trabalhou ativamente, lançando mais de um CD por ano.
Nos anos 2000 foram resgatados vários trabalhos de seu estágio racional, entre eles Escrituração Racional, Brasil Racional, Universo em Desencanto Disco, entre outros, encontrados somente na Internet.

No final de sua vida sofreu com problemas relacionados a obesidade, diabetes e problemas respiratórios. Durante a gravação de um espetáculo para a televisão no Teatro Municipal na cidade de Niterói, no dia 8 de março de 1998, Tim tentou cantar, mesmo sabendo de sua má condição de saúde. Não conseguiu e retirou-se sem dar explicações; terminou sendo levado para o hospital numa ambulância, vindo a falecer em 15 de Março em Niterói aos 55 anos e com 140 quilos, após internação hospitalar devido a uma infecção generalizada.

Hoje sua memória continua viva, principalmente através de seu sobrinho Ed Motta e seu filho Léo Maia, herdeiro de seu talento musical.

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