sábado, dezembro 26, 2009

O lado cego e o cinema americano





Indústria da sétima arte de Hollywood adora uma boa historia de negros ótimos atletas, simplórios e dignos de pena.

Sábado a noite, consigo assistir o filme O Lado Cego, estrelado por Sandra Bullock. Há um comentário muito grande por causa dele. Nada é para menos: a atriz principal, finalmente consegue fazer um papel convincente. Talvez seja indicada ao Oscar e tem boas chances de ganhar.

Mas tirando esta baboseira de Hollywood, o que vale a pena mesmo é a história de Michael Oher, um jovem negro sem-teto, que vira um grande jogador de futebol americano. O personagem é daqueles que os cineastas gostam: o negro grandão, com alma de criança. Já vivemos isto em A Espera de um Milagre, onde Michael Clarke Duncan interpreta o presidi

ário curandeiro, que salva tudo mundo, menos ele.

O sonho de Sandra Bullock ganhar o Oscar pode esbarrar em outro filme de paternalismo: Precious, bela historia de uma jovem negra ob

esa, muito inteligente, mas vítimas de toda espécie de maus tratos: estuprada e engravidada pelo padrasto duas vezes e detonada moralmente pela mãe. O filme é um achado, porque consegue fazer Mariah Carey ficar feia e Lenny Kravitz um bom ator, num pequeno papel de enfermeiro. Mas a personagem central, interpretada por Gabourey 'Gabby' Sidibe, arrasa com as chances de Bullock. Mas Oscar não é ciência exata. E duvido que o filme chegue na maioria das salas de cinema no Brasil.


Tem outro filme também de superação negra: Perseguindo um Sonho, a historia de Miguel Santos, emigrante da República Dominicana, que vira um grande astro do beisebol.

Em todos os filmes, o roteiro é paternalista. Mas nem todo dia pode se fazer um Malcolm X. Há poucos cineastas negros e nenhum interesse em colocar estas heróis nas telas.

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