sexta-feira, junho 23, 2006

Billie Holiday

(I Don't Stand A) Ghost Of A Chance
I need your love so badly
I love you oh so madly
But I don't stand a ghost of a chance with you
I thought at last I found you
But other loves surround you
And I don't stand a ghost of a chance with you
If you'd surrender
Just for a tender
Kiss or two
You might discover
That I'm the lover
Meant for you
And I'd be true
But what's the good of scheming
I'm dreaming
For I don't stand a ghost of a chance with you
Cuz I don't stand
A ghost of a chance
With you

Eu tenho um arquivo em MP3 de um show ao vivo de Billie Holiday, e quando posso, dou uma escutada. É muito bom, e digo: seria obrigatório que as pessoas que afirmam saber e gostar de música, ouvir qualquer registro dela, para ter a certeza que a morte não levou só Cássia Eller repentinamente, a cantora afro-americana também foi uma perda irreparável para os nossos ouvidos.
Billie era filha de uma trabalhadora rural negra Sadie Fagan, mas o pai é ainda uma incógnita. Há quem diga que foi um guitarrista de Jazz, mas biógrafos explicam que ele apenas assinou a certidão de nascimento, não sendo seu verdadeiro genitor. Ela nasceu na Filadélfia, com o nome Eleanora Fagan Gough, e o apelido surgiu para inventar um nome forte artístico, já que o verdadeiro era muito sério e formal. Ela nasceu no dia 7 de abril de 1915.
Teve uma infância difícil, em Baltimore, onde cresceu, similar a de toda criança negra, no inicio do século XX, mas sua educação musical foi ouvindo canções de Louis Armstrong e Bessie Smith, tocados no rádio ou vitrola.
Desde cedo ela descobriu seu talento e foi tentar uma carreira musical nas casas de shows, na periferia de Nova Iorque, no bairro Harlem. Lá, sua voz incomum não passou desapercebida, pelo caça talentos John Hammond e logo foi convidada a excursionar pelo Estados Unidos.
Uma das coisas que faziam as pessoas se apaixonar perdidamente pela voz da cantora era sua dicção original e a intensidade dramática com cantava, chegando às vezes até as lágrimas. Para que perguntava o por que disso: ela respondia – “essas músicas praticamente falam de minha vida”.
E era pura verdade. Seu primeiro marido foi o trombonista Jimmy Monroe, que era também traficante e a iniciou no vicio da heroína. Depois se relacionou com o trompetista Guy de Joe, outra união tumultuada.
Em 1947, ela ficou 8 meses detidas por posse de drogas, quando quase encerrou sua carreira devido à complicada dependência química que tinha.
Billie tinha ainda um estilo único de vestir-se, colocando nos cabelos, levemente desalinhados, uma flor de gardênia. Ela gravou mais de 200 músicas entre as décadas de 30 e 40, mas sem ser corretamente remunerada. Foi uma das primeiras cantoras negras a ser admitida em orquestras formada por brancos. Não esqueçamos que era pleno período de segregação étnica.
Em março de 1952, Billie faz outro casamento errado. Desta vez se apaixona por Louis Mckay, um mafioso, que era violento com ela, mas tentou mantê-la afastada das drogas. Talvez até gostasse dela, de um jeito machista, é claro.
A cantora também era avançada em suas opções sexuais, tendo relacionado com algumas atrizes da época como Tallulah Bankhead e atores então iniciantes como Orson Welles.Nos anos de 54,58 e 59 ela conseguiu fazer excursões pela Europa, conseguindo inclusive em Chelsea fazer uma participação em um programa na BBC.


No dia 31 de maio de 1959, teve uma péssima noticia: após um exame médico, descobriu-se estar com sérios problemas de no coração e fígado. Em 12 de julho daquele ano, em uma controversa operação policial, foi detida, acusada de posse de drogas, e acabou morrendo atrás das grades 5 dias depois com cirrose no fígado, aos 44 anos de idade. Morreu com pobre, com apenas 70 centavos de dólares em sua conta bancária. Seu corpo foi enterrado no cemitério de Saint Raymond, no bairro do Bronx, Nova Iorque.
Além de excelente cantora era também uma natural ativista feminista e brigava firmemente contra a discriminação racial.

Um comentário:

Anônimo disse...

Billie Holiday é fantástica!
Ela e sua gardênia atrás da orelha...
nada igual!
fantástica!