quinta-feira, julho 14, 2005

SABOTAGE – O RAP É COMPROMISSO


Filho de mãe solteira, crescendo na periferia de São Paulo, Mauro Matheus dos Santos teve apenas 29 anos de vida para provar seu talento. Em janeiro de 2003, foi assassinado, mas a lenda do Canão Sobrevive!
Sabotage nasceu Mauro, com tios envolvidos no trafico de drogas na favela do Buraco Quente, na Zona Sul paulistana. Nesse ambiente foi logo engajado no movimento e como criança, ele e seus irmãos, eram “aviões” dos irmãos da mãe, entregando as drogas.
Não demorou o pequeno Mauro foi encaminhado para a Febem, numa ação policial e depois como adolescente foi detido, sendo inclusive torturado para delatar os tios. Aos 21 anos de idade foi detido duas vezes por porte e tráfico de drogas.
No mesmo tempo que sua vida complicava no trafico, Sabotage foi participando da cena do Rap. Era considerado e respeitado por seu estilo e letras. Com muita fama, obtida na periferia, foi logo chamado a fazer participações em trabalhos de Thaide & DJ Hum, SP Funk e Ataques Versos. Outra estratégia dele foi fazer aparições ao vivo em programas de radio, entre eles, destacamos o Movimento de Rua na FM Imprensa.
Atento aos novos talentos, Ice Blue e Mano Brown – integrantes do Racionais MCs e encaminhou o rapaz para fazer parceiras com a dupla Helião e Sandrão do RZO. Observado a competência vocal de Sabotage, Brown lançou pelo selo Cosa Nostra – controlado pelo Racionais – do primeiro CD solo do rapper: O Rap é Compromisso. Mas o rompimento do grupo com a Sony Music que distribuía os CDs fez com que Sabotage fosse prejudicado.
Nesse meio tempo, Chorão – vocalista do grupo Charlie Brown Junior chamou Sabotage para participar do CD “Nadando com os Tubarões”, em 2000. A Faixa escolhida foi “A Banca”. Ficou tão boa à participação que Chorão retribuiu no CD de Sabotage na musica – “Cantando pro Santo”.
Mas o sucesso de Sabotage acabou acontecendo com os ouvintes de rádios comunitárias. A musica “O Rap é Compromisso” entrou entre as mais pedidas.
Entretanto isso era pouco. Um cineasta paulista rodando as favelas em São Paulo através de locações para seu novo filme, acabou conhecendo Sabotage. Era Beto Brant, que estava começando a rodar o filme “O Invasor”. Os dois se encontraram na Favela do Canão e dessa amizade acabou nascendo um personagem para o rapper, que contracenou com o titã e ator Paulo Miklos e os globais Marcos Ricca e Alexandre Borges. Ele... interpretava assim mesmo nas telas.
Ainda no Filme “O Invasor” – a trilha sonora teve a participação do rapper em cinco faixas, que acabou levando premiações nos festivais de cinema em Brasília e Recife.
Brant gostou tanto da atuação de Sabotage, que se beneficiou do sucesso do rapper, que retribuiu dirigindo seu primeiro clipe – “Um Bom Lugar” – ambientado dentro da Favela do Canão, que imediatamente virou hit após a veiculação na MTV Brasil.
Outro cineasta antenado com as novidades era Hector Babenco – argentino, radicado no Brasil, que estava formando o elenco do filme “Carandiru”. Ao ver nas telas Sabotage, o convidou para participar. Outro sucesso. Se bem que o ator Rodrigo Santoro vivendo um homossexual também deu repercussão.
Mas Sabotage não se iludiu com o mundo das estrelas e continuou freneticamente trabalhando: participa do CD do grupo Instituto – Coleção Nacional, nas faixas Cabeça de Nego e o Dona Tereza – está ultima numa fina inspiração em Jacob do bandolim.
Se estivesse continuado vivo, Sabotage teria se tornado um grande nome do Rap, ao Lado de Racionais e Thaide. Mas as 5h50 da madrugada de 24 de janeiro de 2003, num ponto de ônibus no bairro Bosque da Saúde - Zona Sul da Capital. Tinha acabado de deixar a companheira, Dalva, no serviço. Levou três tiros que acertaram a coluna cervical, um ouvido e a boca.
As testemunhas do crime, ainda tentaram socorre-lo, o levando para o Hospital São Paulo, mas mesmo com ação dos médicos no Pronto Socorro, ele morreu.
Há um CD praticamente pronto a ser lançado. Mas já se passaram 2 anos, mas sua participação em CDs do RZO, B. Negão e outros já puderam ser conferidas e dão à certeza que a sociedade perdeu um cidadão, mas o Rap perdeu o sue diferencial.

Um comentário:

junior >RzO< disse...

a iveja é uma doença ñao do corpo mas da alma .> viva sabotage > o rap é compromisso > esse é o hino que me mantem vivo brooklin sulsão paulo; ><> junior jp/pb